Parte 1

Sua roupa suja e suada veste mal em seu corpo limpo e cheiroso. O guarda educadamente o guia pelo castelo, enquanto você o analisa inconscientemente - eles haveriam de estarem loucos se pensam em tomar isto de assalto ou assédio, seria necessário uma força realmente massiva.

Você chega a oficina do alfaiate, o topo de uma elevada torre do castelo. O vento entra com força pelas janelas e a visão te causa vertigem. A sala circular está ocupada por grandes mesas retangulares, carretéis de tecidos e linhas, botões e apetrechos de trabalho. O guarda gentilmente te aguarda em um canto. O alfaiate é um meio-elfo alto, de bigode e cavanhaque bem cuidado, aparentemente bastante vivido, e de roupas coloridas e elegantes.

Assim que você chega, ele para o trabalho e o passa a um de seus três ajudantes e vai até você. Inicialmente ele diz algo em uma linguagem que você não compreende, mas supõe ser o linguajar do povo de Ludgrim. Ao notar sua confusão, ele muda para o idioma comum:

- Como posso lhe ser útil, milorde?

Ao término da apresentação, os integrantes da primeira equipe se entreolham confusos. O que teria saído errado? Parecia terem ensaiado tanto, porém no meio da execução as coisas começaram a sair erradas, desafinadas, versos trocados.

Mas você não ficou completamente satisfeito com sua sabotagem, sabe que poderia ter feito melhor. Ou seria pior?

A equipe sai do centro do círculo no gramado, são aplaudidos e agradecidos pelo jurado e ele chama pela próxima equipe - que é a sua!

- Muito bem, vocês vão apresentar "O Gigante e o Castor", qualquer versão que conheçam dela, tudo bem? Podem começar.

O Gigante e o Castor é uma cantiga cômica campesina que conta a história de um gigante que perde um desafio para um castor e é obrigado a terminar a construção de um dique durante o inverno. Existem inúmeras versões regiões com pequenas variações - nomes ou versos trocados - mas que podem arruinar a apresentação se todos da equipe não cantarem exatamente a mesma. Apesar de simples, você vê a chance de se destacar alterando o conteúdo ou adicionando uma piada adulta no final.

Sua equipe se junta no centro do gramado e olha para você, esperando que combinem qual versão cantarão.

O sumo-sacerdote olha fuzilante para Terry, quando ele diz que é devoto de Crezir.

- Não que eu evoque os poderes sagrados que Selimon me conferiu apenas aos puros devotos da minha crença, mas não faça me arrepender de tê-los usado para salvar a vida de um assassino. Em meu tempo as pessoas costumavam ser mais respeitosas perante as eminências, mesmo que isso envolvesse mentiras e humilhações. - o sumo-sacerdote responde em élfico, e ainda que nem todos os acólitos na cozinha compreendam-no, o idioma é bastante similar à língua materna de Ludgrim.

Terry engole em seco ao perceber a gafe tarde demais. O sumo-sacerdote passa por vocês um tanto mal-humorado, faz uma benção sobre a comida e senta-se junto aos demais sacerdotes para comer.

Vocês todos se juntam ao centro da nave da catedral e se apresentam rapidamente durante a conversa. Thartalion, guerreiro humano com brasão de Verrogar nas roupas; Lezard, sacerdote elfo dourado; Thalles, claramente um rastreador, garoto humano; Markas, veste robe e comporta-se como mago, apesar de um tanto nervoso com a situação, elfo dourado bem jovem; Bael, bardo humano que estava junto com o rapaz do punhal quando quase caiu; Bonnie, aparentemente guerreiro e também um dos heróis de Timor convocados pelo rei.

Nierom fica na porta da catedral e vê e ouve tudo o que acontece em seu interior.

O rapaz do punhal sente-se ainda mais irritado pelo que Thartalion, além de trombar e expô-lo, não pediu desculpas e intrometeu-se com quem conversava. O rapaz então diz a Thartalion e aos outros em voz relativamente elevada para quem está dentro de um templo:

- Creio profundamente que os cavalheiros estão ávidos para ouvir suas palavras de como está impressionado com o castelo real, verrogari, mas alguém aqui tem algo de importante a dizer, então por que não espera do lado de fora do templo e procura algum dantseniano para matar?

Após as palavras carregadas de insulto ao povo verrogari, o jovem estica o braço para as portas do templo, tratando Thartalion como se trata um cachorro.

O alfaiate pergunta se é para a ocasião dos festim na corte, e diante da sua afirmativa, diz:

- Não temos para preparar um traje completo às suas medidas, mas posso montar um adequado para a corte.

O sujeito tira diversas medidas e as anota. Em seguida, seleciona diversas peças de roupas prontas e faz uma série de perguntas visando obter uma descrição da roupa que você deseja:

- Prefere tons quentes, frios, apagados, cinzentos, monocromáticos ou coloridos? Xadrez ou listrado? Bufante ou justo? - e a cada resposta sua, separa algumas peças.

Você pode perceber o suor escorrendo pelo rosto dos outros bardos. O aparente líder daquele grupo concorda com um olhar sério e preocupado. Vocês se colocam em posição e saúdam a platéia, começando a tocar e cantar logo em seguida.

Naturalmente, sua voz toma destaque, sendo acompanhada em segunda voz pelo líder, e o restante como coro nos refrões da música. As partes críticas, onde essa variação da canção se destaca das outras, fica solo a você.

Teste Artes para determinar seu sucesso em executar essa composição.

Vocês sentam a mesa e comem fartamente. Uma sensação estranha os domina. Afinal, se até o sumo-sacerdote já está na cozinha, então o culto já terminou. Onde estariam os outros?

Quando esta dúvida passa pela cabeça de vocês, o sumo-sacerdote diz a Anya:

- Aliás, acredito ter esquecido de lhe dizer. Duas pessoas se encontram no salão de culto e desejam falar com vocês. Seus amigos que assistiram ao culto continuaram lá para atendê-los, mas creio que terão que se juntar a eles. Provavelmente, trata-se do encontro com o rei e a corte, esta noite.

O rapaz misterioso escuta a tudo com um misto de seriedade e deboche. Quando questionado por Thartalion, ele responde em voz moderada:

- Sem dúvida que os deuses diferenciam os homens. A uns ele confere bençãos, a outros maldições - vocês podem ter entendido errado, mas isso soou quase como uma ameaça - E a uns poucos servos, poderes divinos.

Quando indagado quem ele seria, e vocês dão o silêncio necessário a sua resposta, e também após a frase de Bonnie, o rapaz responde:

- Vejam lá como tratam seu anfitrião e majestade, cavalheiros. Eu sou o príncipe Artafael.

E dito isto, mostra a vocês o indicador direito, revelando o anel de ouro, principalmente a Thartalion. Com uma análise mais profunda, é possível verificar intrincados e complexos escritos em baixo relevo no anel, finos com um fio de cabelo louro, provavelmente em élfico.