Parte 1

http://www.tagmar2.com.br/wiki/Default.aspx?PageName=Manual%20de%20Regras%20-%20Habilidades escreveu:Médio: vegetação na cintura, ar livre em cidades (ruas ou praças vazias), cavernas naturais;

O acólito se volta para você como se saísse de um transe.

- Desculpe-me, acho que me perdi nas lembranças frescas das aulas de história.

Então ele continua:

- Com esta catedral profanada, a proteção e promessa de Selimon se desfez, e nosso reino caiu em seu período mais negro. Primeiro, a pessoas lutavam entre si. Depois vieram as bestas. O rei daquela época fez o melhor que podia, mas simplesmente não conseguiu deter o mal.

- Após a iluminação do Mais Sábio e liberdade do reino, o Conselheiro-Mor, que guia os passos de Ludgrim desde sua fundação, sugeriu uma meticulosa inspeção e purificação da Catedral de Selimon, para que suas bençãos caíssem sobre nós novamente. Desde que assumiu o posto de sumo-sacerdote há 50 anos, Fintan Vidar vem inspecionando a construção a busca de resquícios dos bankdis que contaminem este solo sagrado. Há 50 anos ele não descansa desta tarefa.

Roderick olha para você com súbito interesse, embora sua face mantenha a mesma expressão de raposa de sempre. Ele diz:

- Deveras interessante, ó Oberyn Nymeros, dos Martell. Deveras. Tenho eu próprio sede de conversar contigo. Mandei ontem um homem de minha confiança garantir a proteção aos convidados do rei, mas aparenta que você não estava entre eles na Catedral de Selimon. Diga-me, não se feriu nos combates? É um guerreiro tão habilidoso a este ponto?

Mesmo Thartalion desistiu de perseguir a Joaquina, agora definitivamente perdida. Ela só sabe te dar trabalho. Após se despedirem, você retorna para o interior da catedral e a descobre quase deserta. Uns poucos acólitos executam os serviços de rotina de limpeza e organização. O distinto bardo que esteve a pouco com você, Bael seu nome, conversa com um dos acólitos que tem uma vassoura na mão. A julgar pela entonação da voz, o acólito recita uma história.

Você não vê nenhum dos seus companheiros, nem mesmo Markas, nem o sumo-sacerdote. Onde eles foram se meter? Você sabe que há pouco te prometeram um desjejum, mas já se passou substancial tempo desde então e você não sabe onde fica a cozinha do templo.

Seus pensamentos o atormentam. Para tal ser verdade, outro grupo de soldados deve ter avançado a sua frente na viagem. Só então teriam tido tempo de emboscar os heróis antes que chegassem ao castelo, antes mesmo que você tivesse chegado a capital. Por outro lado, você não se recorda de ter encontrado qualquer pista que denunciasse a movimentação de uma tropa - necessariamente substancial você pensa - a sua frente na estrada. Não haviam pegadas ou sinais de acampamentos ou tambores. Porém, você estava desatento a isto enquanto viajava, talvez esses sinais eram discretos.

Mas agora não há mais tempo para comprovar sua tese. Você pega seus equipamentos e cavalo novamente e retorna ao castelo. Os guardas do portão permitem sua passagem. Bando de indisciplinados, você consegue bolar mil maneiras de invadir esta fortificação silenciosamente. Deixa o cavalo aos cuidados do rapaz do estábulo e então pensa. Esteja Roderick Karp te enganando ou não, você não tem muita escolha, ainda teria que se reportar a ele e informar o progresso de sua missão. Mas onde estaria ele agora?

Earl olha para você e confidencia olhares demoníacos.

- Estaríamos pensando a mesma coisa, Abadrel Menestrel?

Então o jurado diz:

- Aqui está um pequeno adiantamento para que possam se provir de vestimentas adequadas. Sejam polidos na presença do rei, não permite-se que entrem armados no castelo, e deem o melhor de si esta noite. O rei recompensa boas performances!

Após entregar uma bolsa de moedas a cada um, os cinco bardos e o jurado se separam e declara-se encerrada a competição. Ao cantor, que seguia seu caminho sozinho, Earl se precipita em abordá-lo e passa o braço pelos ombros do rapaz de voz macia:

- Que atuação fantástica, meu rapaz! Arrepiei-me todo quando cantava! Prazer em conhecê-lo, Earl! Permita-me uma gentiliza. Esteja conosco em minha taverna, o Coice-de-Mula, esta adorável tarde. Comida e bebida por minha conta, é claro! Prepararei-lhe o melhor dos quartos e a mais bela donzela também! Poderá ficar lá hoje e até mesmo depois! Sua presença no meu estabelecimento vai atrair multidões!

Thalles concorda e vocês retornam para o quarto onde estão acomodados, deixando que o dourado tenha sua difícil conversa a sós.

Ao chegarem ao quarto, veem apenas Markas sentado em sua cama folheando alguns livros e organizando a própria bagagem da melhor maneira. Ele até mesmo já arrumou a própria cama para poupar trabalho dos sacerdotes. Já o resto do quarto está bastante bagunçado. Ao menos vocês não aguardam muita dificuldade em fazer as próprias malas.

Markas recebe vocês com um sorriso distraído. Terry sente forte urgência em descobrir se sua pedra âmbar se encontra no baú aos pés da cama.

O sumo-sacerdote escuta suas palavras com atenção e sua face fica imutável. Um grande silêncio toma conta da cozinha e você sente sua garganta doer. Fintan Vidar afaga a própria barba e depois coloca a mão em sua cabeça. A grossa mão do sacerdote faz você se acalmar um pouco.

- Levante sua cabeça, guerreiro. - ele diz com voz paternal e tranquila - Sei que fez o melhor que era capaz. Mesmo a Ordem de Selimon reconhece a necessidade dos soldados para manutenção da paz, e não há guerreiros mais honrados que os de Crisagom. Eu esperava que Noah seguisse para este caminho, o das armas, quando chegasse o momento. Ele não pertencia a esta congregação, esteve conosco por poucos meses. Tempo suficiente para deixar sua marca. Sua família era verrogari, e ele havia feito uma grande promessa ao pai quando saiu de casa para seguir o sacerdócio.

- Noah me confessou que uma grande voz guiava suas ações, seu destino. E ele a ouvia e obedecia sem questionamentos. Sinto que os planos de Selimon para Noah chegaram ao seu fim com sua morte... - Fintan retira a mão de sua cabeça e você o observa nos olhos severos, e a própria voz do sumo-sacerdote se altera - Pois se não, os algozes hão de temer pelas próprias almas!