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Cena 1: Céus em Chamas

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Mensagem por Hugar Seg 27 Mar 2017, 10:02

Robert, Cristhian e Hans
É chegada a grande noite. Mentes tensas, músculos rígidos. O fardamento assume uma atmosfera quase religiosa, impecável. Armas são montadas e conferidas uma última vez, e vocês conferem todo o equipamento com afinco. O Tenente Locksley tenta transmitir confiança aos seus subordinados, embora a vontade seja de abrir a maldita pasta e ler todo o plano novamente, apenas para ter certeza de que não deixou passar nenhum detalhe desapercebido.

Os Westland Lysanders taxiam na base aérea, prontos para decolar. Hans e outros nove legionários embarcam em um dos planadores militares capturados, enquanto Locksley, Cristhian e outros quatro soldados britânicos dividem espaço com o enorme equipamento de rádio no outro planador. O interior das aeronaves é pequeno, e todos sentam-se apertados em uma prancha de madeira no meio da fuselagem, bem amarrados ao casco. Os pilotos ocupam seus postos e logo os dez Lysanders pintados de preto estão nos céus, seguidos então pelos dois caças-bombardeiros Bristol Blenheim que rebocam os planadores.

Cena 1: Céus em Chamas Western_Lysander_ExCC Cena 1: Céus em Chamas Bristol_Blenheim_ExCC
Westland Lysanders em formação (esq) e Bristol Blenheim (dir)

Vocês sentem um pequeno tranco quando o cabo é tensionado e a aeronave começa a se mover. O barulho dos motores dos bombardeiros é ensurdecedor. Os planadores sobem no ar antes dos pesados rebocadores, e a um comando dos pilotos, o trem de pouso é abandonado e cai de volta na pista de decolagem. Logo os planadores ganham velocidade e começam a vibrar intensamente. Toda a fuselagem treme assustadoramente e vocês temem afundar no Canal da Mancha muito antes de chegar ao continente. Os pilotos se comunicam por rádio de curto alcance entre si:

- Estabilizar em 130 milhas por hora. Ganhar altitude gradualmente nos próximos oito minutos. Lysanders em formação de escolta. Voo de altitude. Câmbio.

A mais de 200 km/h e quilômetros de altitude, os planadores finalmente param de sacudir, e vocês recebem autorização para afrouxar as amarras, embora não haja muito espaço para movimentarem-se, e um frio nunca experimentado toma conta da cabine, fazendo todos baterem os dentes. Locksley logo se levanta e se aproxima do piloto do seu planador para indagar se tudo havia transcorrido bem. A visão do cockpit é impressionante, permitindo apreciar o céu negro com poucas nuvens diretamente e o caça-bombardeiro rebocador 50 metros à frente. O único armamento do planador, uma metralhadora alemã MG 34, fica logo acima de sua cabeça. O piloto responde com um sinal de OK quando recebe uma transmissão de rádio:

- WL-W para líder do esquadrão. Detectei movimentação ao sul, aproximadamente 15° da nossa posição em rota de não colisão. Aguardando ordens, líder do esquadrão. Câmbio.

Um segundo piloto confirma ter detectado movimentação logo em seguida. Vocês tentam adivinhar o que aquilo tudo significava, e a tensão aumenta. No planador de Hans, um dos legionários teve de traduzir do inglês para o francês para que todos compreendessem o que se passava por rádio. Locksley apura os ouvidos, tentando ouvir a resposta do líder do esquadrão acima do ruído dos motores do Blenheim.

Sabão e Vieirinha
Passada a empolgação do início da viagem (e eventual enjoo devido ao balanço do navio) a enorme maior parte transcorre calmamente. Tão calmo, que se não fossem as rotinas e tarefas militares passadas pelo Tenente Barca, a melhor palavra para descrever a viagem teria sido “tédio”. O navio a vapor, carregado de grãos diversos, café, farinhas e toneladas de roupas, integrou o comboio de cinco navios de ajuda humanitária descrito pelo Capitão Mourão Filho e escoltado pela corveta Camaquã, deixou o porto do Rio de Janeiro com destino ao Porto de Caen, na França, com expectativas de 22 dias no mar e uma distância total de mais de 6 mil milhas náuticas.

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Navio de carga brasileiro (esq) e Corveta Camaquã (dir)

O Tenente Barca repreendeu qualquer tentativa sobre discutir mais detalhes do plano de qualquer um dos 10 praças selecionados pelo Capitão, e proibiu que o assunto fosse discutido nas cabines, visto que haviam muitos civis a bordo. Estranhamente, o Sargento Francisco recebeu a ordem direta de estudar a propulsão do navio, uma grande turbina a vapor de 3 estágios alimentada por caldeira a diesel. Para tanto, o tenente lhe forneceu o manual técnico, no qual eram retratados todos os aspectos mecânicos construtivos e operacionais das máquinas. Uma vez que o assunto era vagamente de interesse de Sabão, ler o manual no tempo livre se mostrou quase prazeroso. Dedicação especial à seção de manutenção foi requisitada, e já na última semana de viagem, o Tenente Barca obrigou o Sargento Francisco a trabalhar na casa das máquinas do navio.

Vieirinha, a princípio incumbido de caçar os ratos nos porões de cargo, foi duramente repreendido apesar dos excelentes resultados: 14 ratazanas mortas em apenas uma noite! Aparentemente, gastar três cartuchos de munição não foi exatamente o problema, mas sim ter deixado ser ouvido pelos passageiros civis, que se assustaram com todos aqueles disparos. Vieirinha foi aplaudido secretamente nas cabines pela extraordinária pontaria. Apenas os menores e mais ligeiros eram capazes de se esconder do rapaz, e mesmo assim não arriscavam roer mais a carga.

Entre os pontos altos da viagem esteve o contorno do litoral brasileiro até Natal, a travessia do Atlântico pela linha do Equador, o fantástico contorno do litoral do Norte da África até o Estreito de Gibraltar, onde a corveta retornou ao Brasil e o comboio foi dividido em dois. Foi nessa altura, próxima a Espanha, que se presenciou a Batalha do Atlântico, ainda que indiretamente. Marinha de Guerra do Eixo foi avistada extensamente ao largo. A tensão impedia a todos de ter uma única noite de sono adequada, e faziam verificar se as bandeiras verde e amarela estavam realmente visíveis pintadas nos dois lados dos cascos e hasteadas nos mastros. O contorno até o Mar do Norte, onde o frio se tornou mais intenso e os dias mais escuros, piorou a situação, com esquadrilhas avistadas várias vezes ao dia dos dois lados do Canal da Mancha.

O último dos navios do comboio se separou, e agora vocês seguiam viagem sozinhos, já no litoral norte francês. Era possível avistar grandes faixas devastadas pela guerra no continente, ainda que de longe. Um sentimento ruim tomou conta de todos os passageiros quando um submarino alemão foi avistado seguindo vocês por algumas horas. Um avião monomotor, de nacionalidade incerta, sobrevoou várias vezes o navio, até que lançou um sinalizador de fumaça branca no convés.

Era tarde, e o Tenente Barca convocou a todos os praças na sua cabine.

Daniel e Boris
Boris integra o caminhão pilotado por Daniel. Sob a lona, ele e o outro soldado soviético escondem seus uniformes debaixo de roupas folgadas e maltrapilhas de campo. O disfarce é bom, ele julga, até o fedor de esterco ajuda a encobrir suas verdadeiras identidades. Bastava que eles não falassem uma única palavra que algum alemão pudesse ouvir e estariam seguros. Relativamente falando.

Na cabine, Daniel segue as orientações de Isabelle sobre quais ruas seguir para evitar as patrulhas nazistas. Suas mãos suam no volante, apesar do frio da madrugada. Os dois franceses se disfarçaram o melhor que puderam, e eram os mais expostos, logo atrás do para-brisa. Isabelle escondeu a cabeça com uma boina folgada e Blanchard desejou que pudesse usar um capacete de aço.

Cena 1: Céus em Chamas Boston_III_le_havre Cena 1: Céus em Chamas 269d0b03ed32be1604c5f4f3d73744a7
Foto aérea de Le Havre (esq) e patrulha nazista em Le Havre (dir)

Na saída mais ao leste de Le Havre, todo o comboio foi parado por um bloqueio na estrada. Instintivamente, Daniel processava em sua cabeça uma rota de como escapar daquele pequeno forte de sacos de areia, cercas de arame farpado e o portão gradeado e coberto por tela que fechava a rua. Havia ao menos vinte dos nazistas ali, e o caminhão era o quarto na fila.

- Fique calmo, Henry. – Isabelle pediu.

Dois soldados passam verificando as caçambas e a parte debaixo dos caminhões. Quando eles afastam as lonas, Boris fitou o alemão friamente nos olhos, então desviou o olhar. Não seria prudente de um patife camponês tal atitude. Assim que seguro, ele apalpou o rifle oculto com a bota para verificar que ainda estava ali.

Por fim, o comboio seguiu, sem impedimentos. Adiante, o veículo a sua frente deixou a estrada principal e Isabelle orientou Daniel a não segui-lo.

- Rotas distintas, mas vamos todos nos encontrar nas balsas.

Agora era o terceiro de uma fila de cinco, e seguiu assim por muitos minutos de estrada escura em direção a Tancarville, passando por alguns pequenos povoados menos afetados pelos nazistas. Na parte detrás do caminhão, os partisans se permitem discutir sobre a missão, o futuro de seu país e famílias, excluindo os soviéticos, que fazem apenas julgos mentais.

Dois postos militares depois, os caminhões entram em Tancarville. O Senna aqui é belo e não tão largo quanto em Le Havre, e também não fede a maresia como lá. Daniel segue o caminhão da frente até o píer construído para tráfego de balsas. O local foi tomado pelos alemães, conforme Isabelle já havia informado. Os demais caminhões que seguiram pela outra rota se reencontram. Os veículos se organizam, orientados pelos militares, e desligam seus motores. Um soldado se aproxima com um cigarro aceso na boca e bate com o nó dos dedos no vidro da porta de Daniel, para que fosse abaixado. Isabelle assume a discussão e Daniel mal consegue olhar para o maldito nazista, fixando o olhar a frente. A fumaça do cigarro entra na cabine e desta vez – apenas desta vez – enjoa Daniel.

Isabelle entrega alguns papéis em uma pasta ao alemão, os tais documentos que permitiriam a travessia de balsas para os camponeses trabalharem os campos. O inimigo avalia rapidamente o conteúdo buscando pelas assinaturas devidas e logo devolve ao interior da cabine. Daniel desvia o olhar para o nazista neste momento. Ele tem um sorriso nos lábios finos onde pendura o cigarro.

Os caminhões ligam seus motores novamente. É hora de subir na balsa.
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Mensagem por Maedhros Seg 27 Mar 2017, 23:11

Durante os dias faço o trabalho sem reclamar, até porque estou acostumado a carregar as munições de 45 kg. Mas ainda sim dou alguns resmungados:

[Escravidão acabo a muito tempo! Daqui a pouco vou ter que chamar o tenente de Sinhôzinho.]

Ao receber a convocação parto o mais rápido para a cabine do tenente, chegando lá bato continência e falo:

Sargento Xavier se apresentando, senhor! - Depois pergunto a ele - Tenente o que é aquela fumaça branca no convés?
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Mensagem por Samyaza Ter 28 Mar 2017, 00:02

Procuro olhar na direção indicada pelo outro planador enquanto pergunto preocupado para o piloto: "isso pode ser um problema?" antes que ele responda faço outra pergunta: "quem costuma assumir a metralhadora?"
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Mensagem por †_Junior_† Ter 28 Mar 2017, 14:06

[Parece que teremos companhia mais cedo que o previsto...]

Diante toda aquela tensão, fico atento aos movimentos dos outros e a possíveis comandos que serão ditados assim que entenderem o que está acontecendo.
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Mensagem por arabedoido Qua 29 Mar 2017, 09:37

Apenas confirmo o que é dito:

- Pode contar conosco para o que for preciso. Estamos prontos para enfrentar o que vier.
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Mensagem por Blanchard Qui 30 Mar 2017, 14:06

Carregar dois soviéticos armados em meu caminhão me passa uma falsa sensação de segurança, até de superioridade. Até o inevitável acontecer. Limpo o suor das mãos nas calças – para ter precisão no manejo do volante -, mas desisto de fazê-lo quando nos aproximamos das patrulhas. Quando vejo a blitz, olho para os lados sem mexer minha cabeça, até ser tranquilizado e seguir as orientações indicadas.

Com os soldados verificando os caminhões na primeira parada, finjo estar relaxado, mas me asseguro de que meu pé esquerdo esteja bem perto da embreagem e que a ponta do direito toque o acelerador, mesmo com os motores desligados. A mão direita, repousando sobre a coxa, nunca fica longe do câmbio.

Quando nos separamos só penso se todos conseguirão novamente se reunir sem maiores problemas. Apesar da ansiedade, tento reconhecer e marcar pontos das ruas, para que o mapa antes visto se aprofunde com cenas do real. Penso na situação dos camponeses e de como a violência nazista seria ainda mais sem limites contra estes campesinos.

Parados no píer, o único consolo é ver todos os caminhões reagrupados e não acho graça em pensar que esta é a nossa força. Os alemães têm mais soldados numa barricada que nós. Toda a força da França sobre as costas de sujeitos destreinados. Destreinados, mas indignados com a situação, e a indignação é o primeiro passo para mudarmos minimamente a situação.

Quando o maldito nazista deixa que sua fumaça nos incomode, tenho vontade de abrir a porta com toda força e fazer com que seu sorrisinho e seu cigarro se misturem. Ligo o motor e respondo com um aceno de cabeça. Não me sinto muito confortável em tirar minhas rodas do chão firme.
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Mensagem por Hugar Qui 30 Mar 2017, 22:02

Robert, Cristhian, Hans
O piloto do planador de Locksley responde ao tenente, acima do ruído dos motores dos bombardeiros:

- É a primeira vez que voamos nestas aeronaves, então ninguém atirou ainda com a metralhadora. Na realidade, não soubemos o que fazer com ela e preferimos deixá-la aí mesmo, ainda tem munição. - Então ele se volta para a primeira pergunta - Dois dos nossos Lysanders perceberam aeronaves próximas, podem ser da Luftwaffe. - E preferiu deixar a resposta implícita.

Logo em seguida, o rádio recebe outra comunicação:

- Aqui é o líder do esquadrão. Preparar para voo às cegas e retomar ganho de altitude gradual, mais três mil pés. Apaguem todas as luzes. WL-W e WL-Z, destacar para missão de observação. Restante do esquadrão, manter formação de escolta e aguardar ordens. Câmbio.

Os pilotos dos planadores confirmam a ordem recebida. Não que tenham muita escolha. As poucas luzes internas se apagam e a escuridão se torna total. Do cockpit, é quase impossível até mesmo um planador conseguir enxergar o outro, mesmo tão próximos. As luzes dos outros aviões do esquadrão se apagam também e, não fosse pelo ruído dos motores, não seria possível sequer imaginar que eles estariam ali. Ao mesmo tempo, os bombardeiros começam a se deslocar para cima, rebocando os planadores para uma altitude mais elevada. A fuselagem torna a vibrar.

Os pilotos de ambos planadores tecem comentários parecidos aos passageiros:

- Agora será questão de instantes para descobrirmos o que temos adiante de nós.
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Mensagem por Samyaza Qui 30 Mar 2017, 22:29

Ouço as palavras do piloto apreensivo pela situação de risco mas, ciente de que não havia nada a fazer, tento conter a preocupação e colaborar com o piloto não enchendo-o de perguntas, exceto uma última, essencial para tranquilizar os soldados no planador:
"vcs estão no comando piloto, se precisar destaco um dos meus homens para a metralhadora mas, por enquanto vou mantê-los em seus locais, quais suas orientações para uma situação dessas?"
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Mensagem por arabedoido Seg 03 Abr 2017, 22:39

Durante a conversa, viro para o piloto e digo:

- Pela experiência que tenho de ouvir sobre este tipo de planador quando ainda vivia em Nuremberg, há algo que posso sugerir. Por acaso estes aeroplanos aparecem no radar dos inimigos? Se não aparecerem e considerando que foram pintados de preto, temos uma solução caso as coisas fiquem quentes. Soltamos o cabo que nos reboca e tentamos chegar o mais longe possível. O que faltar do trajeto, fazemos a pé depois do pouso.
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Mensagem por Vieirinha Ter 04 Abr 2017, 15:47

(A caçada até que foi divertida, não fosse por isso a viagem teria sido um tédio mortal, esse negócio balança o tempo todo e é complicado, foi um ótimo treino para aprimorar minha mira, mas confesso que nos primeiros dias foi difícil parar alguma coisa no estômago, talvez ver sangue de novo me ajudou a superar isso de alguma forma, rotina cansativa, longa, demorada, até que avistamos terra de novo... É obvio que quando nos aproximamos eu já não conseguia esconder minha ansiedade, já havia limpado e lubrificado minhas armas por incontáveis vezes... um cheiro diferente de guerra se espalhava no ar e eu não via a hora de sentir o doce aroma da pólvora queimando de novo.

De repente todos ficaram em estado de alerta, um submarino, caramba... eu até sei me virar na água... Mas eu nunca nadei em um lugar tão fundo assim... e essa água salgada toda iria provavelmente comprometer os mecanismos de minhas armas... Droga...

Um sinalizador com fumaça branca foi atirado por um avião que não parava de passar, acho que se fosse um sinal de extermínio já saberíamos... Mas o que será isso? Seria algo semelhante à uma “bandeira branca”??)

Vieirinha então ouve o chamado do tenente e, meio que tentando esconder a ansiedade, vai até a cabine bem lentamente, observando o movimento ao redor, tentando perceber se alguém havia notado a movimentação dos praças sendo praticamente o último a chegar, entrando na cabine bem no momento em que o sargento Xavier se apresenta e pergunta sobre a fumaça. Vieirinha apenas encosta a porta e com uma leve continência se perfila aos demais, pronto para ouvir e mais pronto ainda para agir...

(Chega de ratos... Parece que agora teremos enfim alvos maiores...)
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Mensagem por Hugar Qui 06 Abr 2017, 18:49

Sabão e Vieirinha
O Tenente Barca tem uma cabine especial no pavimento inferior da ponte de comando. O lugar é muito mais amplo que as cabines comuns da tripulação, passageiros e soldados, consistindo de alojamento, banheiro, cozinha própria, sofás e mesa central, e até mesmo o próprio equipamento de rádio. Mesmo os dez praças cabem dentro da cabine. Sobre a mesa vocês encontram mapas do Canal da Mancha e cartas de navegação portuária, entre outros papéis.

Tão logo quanto todos entram, o Tenente Barca ordena a dois que montem guarda na única porta, agora trancada, e que a pequena janela redonda que dá para o convés fosse fechada. A luz amarelada das lâmpadas domina o interior. Calmamente, ele risca alguma coisa em uma prancheta - documentos da missão, vocês imaginam.

- Aquela fumaça branca, Sargento Francisco - o tenente começa a responder - É o alerta de que seremos torpedeados - ele dá uma pausa, suficiente para que seus olhos se arregalem - Ou assim acreditará a tripulação e os passageiros.

Ele diz tudo aquilo com frieza e determinação, de modo que fica evidente que tem total domínio sobre a situação.

- Aqui se inicia a Fase Dois do nosso plano, senhores. Portanto mantenham os ouvidos abertos e as bocas fechadas. Não queremos que ninguém além destas paredes saiba o que ocorrerá. O que eu vos instruirei agora é sigilo militar, que fique muito claro. - Vocês sentem um frio descer a espinha. O tenente devora a alma de todos os praças na cabine com os olhos, e vocês sentem que esconder algo daquele homem deva ser impossível. Uma missão secreta! Tudo aquilo acaba sendo tão excitante quanto amedrontador, e vocês imaginam o que estaria acontecendo no quartel no Rio de Janeiro num momento desses. - Atenção para as instruções e ajustem seus relógios para sincronizarmos nossas ações:

- Sargento Francisco, ocupe a casa de máquinas. Convença qualquer civil a deixar o recinto. Às 19:30 o jantar será servido. Sete minutos depois, detone este artefato explosivo no casco, onde possa facilmente conter a inundação - ele coloca uma bomba relógio sobre a mesa, dinamite - Em seguida, danifique os motores do navio, mas mantenha as turbinas operacionais a 50% da potência. Não se preocupe, a intenção aqui é apenas parecer que fomos atacados, causar um pouco de pânico, e não levar o navio a pique. Portanto, os danos à propulsão devem ser reversíveis.

- Soldado Vieira, o senhor ocupará os porões. Prepare uma tocha improvisada. Em 15 minutos após a detonação do explosivo, eu quero que metade do diesel que tivermos se incendeie. Espalhe tudo por uma área grande, porém facilmente contida, e produza muita fumaça. Em seguida, sele os porões e reporte a mim, na ponte. Atenção: proteja a outra metade do diesel, não podemos ficar sem combustível, nem quero um incêndio no navio.

- Cabo Ferreira, junte-se ao Sargento Francisco na casa de máquinas, e reporte a mim imediatamente quando o explosivo detonar. Eu e outros cinco dos senhores vamos tomar a ponte de comando e a comunicação. Soldados Lucas e Marcos serão ordenados a inspecionar o navio de proa e popa em busca de avarias e feridos assim que o Soldado Vieira reportar a mim. Às 20h da noite emitiremos alertas em rádio de longo alcance, sobre um ataque não identificado. O objetivo é que todos acreditem que fomos atacados, porém incertos se torpedo submarino, aéreo ou mina naval. Isso será o pivô para nossa mudança de rota, do Porto de Caen para o Porto de Honfleur, em uma conveniente rota errante.

- Os porões serão mantidos selados a fim de conter o incêndio, e o Soldado Vieira será realocado para a casa de máquinas, para auxiliar o Sargento Francisco que, supostamente, estará fazendo reparos nas turbinas a vapor. Sargento, à meia noite, reduza a potência para 25%, faça tudo parecer dano colateral de um ataque, então sele a casa das máquinas e reporte a mim, junto com o Soldado Vieira.

Toda a descrição do elaborado plano foi auxiliado por desenhos e diagramas na mesa, assim como uma sequência ordenada das etapas do plano. Um desenho de engenharia do navio foi aberto, e as principais áreas estão riscadas.

- Tudo ocorrendo como planejado, os passageiros e tripulantes imaginarão que a fumaça branca foi um aviso de um ataque. Senhores, eu fui claro? Há alguma dúvida sobre a missão?
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Mensagem por Vieirinha Qui 06 Abr 2017, 23:44

- Sem perguntas tenente - responde Vieirinha olhando para o mapa do navio em cima da mesa.

Assim que o tenente dá a ordem de dispensados Aníbal mais que depressa se dirige ao porão, já pensando na localização vista no mapa, mas antes volta rapidamente ao convés, onde (quando estava se dirigindo para a reunião observando atentamente tudo em volta) havia visto uma vassoura de pano e um balde com água encostados ao lado de uma das entradas do barco. Aquilo embebido de um pouco de diesel seria o ideal para acender o combustível...

Cena 1: Céus em Chamas Cleani11

O segundo passo agora é dirigir-se ao porão e encontrar o local mais amplo e isolado para despejar o combustível para o acendimento no horário marcado... o tempo não era nosso aliado e, sem pensar duas vezes, Aníbal entra no porão e tranca a porta de entrada, em seguida identifica o local mais isolado e arrasta algumas caixas para que o local fique realmente isolado, tanto das bagagem quanto do combustível remanescente, no combustível remanescente ele joga a água do balde imaginando que isso vá evitar surpresas.

Com muito cuidado, de forma fria e objetiva, Vieirinha começa a derramar o combustível, de maneira que esse não se espalhe descriminadamente, mas que seja contido em apenas uma área grande o suficiente para gerar o efeito desejado, usando a própria vassoura para espalhar e manter o líquido no local desejado e sem que o mesmo viesse a escorrer para algum lado. Para gerar fumaça, um pouco de plástico e pano, isso deve gerar uma fumaceira inacreditável.

Em seguida Aníbal espreme a vassoura e quebra o cabo, formando assim uma tocha perfeita, olha para o relógio e espera o momento exato para acender.

Booom - Aníbal escuta uma explosão e olhando no relógio (19:37) sabe que se trata do combinado no plano... Os quinze minutos seguintes parecem ser eternos e, se colocando à uma distancia segura Aníbal acende a tocha, falta pouco... de repente o ponteiro marca...  19:52... É agora!

Aníbal da um sorriso e diz - Que haja luz - e atira a tocha no líquido espalhado no chão, antes de sair do porão, acende um cigarro e da uma ultima olhada no fogo para ver se nada vai sair do controle. Pronto... agora é só trancar a porta por fora e reportar o tenente... Em seguida ajudar o sargento com o resto do plano.

Cena 1: Céus em Chamas Fumaca11
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Mensagem por †_Junior_† Dom 09 Abr 2017, 20:25

Realmente me encontrava nervoso naquela situação, principalmente pela impotência sentida, pois não tinha nenhum conhecimento específico nessa área que pudesse ajudar. Apenas fico atento as ordens dos superiores para tomar qualquer atitude que eles julguem válidas. Ajeito o óculos como de praxe e fico apreensivo esperando as ordens.
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Mensagem por Hugar Ter 11 Abr 2017, 08:59

Alguns comentários da ação do Vieirinha:

1) Talvez a ação esteja um pouco adiantada. Se o Sabão for agir ainda no tempo que vcs estão na cabine do tenente, ou se for pra acontecer alguma coisa antes dessa sua ação, eu vou guardar ela pra um pouco mais a frente. Então não se preocupe se ela não for executada imediatamente, nem vai precisar repetir a descrição, só espera chegar a hora dela, ok?

2) Os porões do navio são enormes, é um navio de carga, mas você pode considerar que há três principais seções: a primeira, pequena, das bagagens dos passageiros e tripulantes e consumíveis da viagem; a segunda, ocupando a enorme maior parte, é a carga do navio, principalmente de suprimentos de ajuda humanitária; a terceira, próxima da casa das máquinas, não muito grande tbm, é a de combustível e água tratada para a caldeira. Sua ação ocorrerá nessa última.

3) A própria queima do diesel produzirá muita fumaça. Há muito diesel aqui, e queimar metade significa queimar muuuuuito diesel. Tipo vários e vários barris.

Agora acho que vc está melhor localizado. Eu esperava descrever isso antes de vc narrar a ação lá, mas agora já foi.
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Cena 1: Céus em Chamas Empty Re: Cena 1: Céus em Chamas

Mensagem por Hugar Ter 11 Abr 2017, 17:23

Robert, Hans e Cristhian
O piloto do planador de Locksley responde ao tenente:

- Apenas aguardar, senhor. Ainda que entremos em combate, esses planadores tem pouca chance contra um caça. A prioridade da missão é manter a invisibilidade. - então a vibração aumenta e ele sugere - Senhor, se me permite, sugiro que volte ao seu assento e aperte os cintos.

Na outra aeronave, o piloto responde a Hans:

- Somos invisíveis e silenciosos, senhor. O rebocador vai nos abandonar à máxima distância possível para que o ruído de seus motores não seja ouvido. Entretanto, se soltarmos o cabo tão cedo, nós cairemos no Canal ou, no melhor dos casos, no porto de Le Havre.

O silêncio domina por alguns instantes. Então riscos alaranjados cortam a escuridão da noite a sua frente, traçando curvas ao céu antes de se apagarem como fagulhas. Tão logo quanto avistados, ouviu-se o ruído dos disparos sucessivos da metralhadora e o relato súbito pelo rádio:

- Nós fomos avistados! Contato inimigo! - vocês escutam o ruído abafado da metralhadora do avião disparando - Repito: fomos avistados! Esquadrão da Luftwaffe em rota de interceptação! Caças e bombardeiros! Caças e bombardeiros!

Os dois Lysanders destacados em missão de observação surgem à direita do cockpit, arremetendo em manobras perigosas, perseguidos por outras três aeronaves e evadindo dos disparos. Seus perfis negros recortam o céu. O líder do esquadrão responde imediatamente:

- Lysanders, retornar fogo! Abandonar formação, iniciar missão de caçada! Atirem com tudo o que temos! Blenheims, mantenham-se ocultos e ganhem altitude! Lysanders, levem os malditos pra longe daqui, não permitam que eles avistem os bombardeiros!

Vocês sentem um tranco forte, quando os motores dos Blenheims aceleram e tracionam os cabos de reboque.
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Mensagem por Samyaza Qua 12 Abr 2017, 14:31

Antes de voltar e me sentar falo com o piloto:
"Mantenha-nos informado"

Volto até meu banco e me sento, mas no caminho procuro os dispositivos e instruções para um caso de queda, se houver pára-quedas e/ou salva-vidas pego um e garanto-o à Christian:
(só falo se conseguir um dos equipamentos):
"Tome rapaz e fique perto de mim."

Enquanto pego minha pistola e destravo olho para o equipamento de rádio pensando em como fazer essa geringonça chegar inteira ao solo se formos abatidos, a pistola é caso haja descontrole, Christian é a prioridade mas se faltar algum pára-quedas ou salva-vidas um deses brucutus não vai pensar duas vezes antes de tomá-los do garoto.

Falo com voz firme, tentando manter a ordem e mensurar o quanto eles podem estar nervosos:
Nós ainda não fomos avistados, os Lysanders vão distrair o inimigo enquanto buscamos continuar ocultos, nada mudou na missão até agora!
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Mensagem por Vercenorax Qui 13 Abr 2017, 20:50

Eu vou analisando a situação que se encontra em minha frente enquanto o caminhão roda em direção ao nosso destino. Os franceses estão mais que atolados em um mar de bosta, diria que estão até os olhos, mas se Stálin nos mandou até aqui é porquê sabe ou visa algo para a Pátria Mãe. No momento em que o nazista abre a lona da carroceria e eu o fito, logo desvio o olhar, se ele percebesse que eu o encarava e quisesse arrumar confusão eu teria de quebrar seu pescoço muito rápido. Seguindo com a nova para eu aguardo em silêncio dirigindo alguns olhares a meu subordinado para que também permaneça em silêncio, uma palavra e teremos de sair atirando o que certamente foderia os planos dos franceses. De tempos em tempo averíguo a presença do rifle escondido. Quando o caminhão sobe na balsa, só aguardo e espero que não tenha que matar ninguém até desembarcarmos.
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Mensagem por †_Junior_† Sáb 15 Abr 2017, 17:19

Meu coração bate depressa diante toda aquela tensão, mas tento me manter calmo e concentrado. Percebo que o tenente Locksley me entrega um equipamento pará-quedas e o seguro nervoso e desajeitado. Falo para Locksley:

Se os planadores forem avistados, não sobraremos para contar história diante do fogo inimigo. Eles só precisam nos lançar um pouco mais perto do porto e de lá resolvemos o resto do plano.

Olho para todo o equipamento de rádio enquanto tento processar o que poderia ser descartado em uma emergência e o que é imprescindível. Se cairmos na água, não dará para levar tudo.

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Mensagem por Hugar Ter 18 Abr 2017, 23:22

Daniel e Boris
Os caminhões cabem em três pequenas balsas, que nada mais são que velhos rebocadores adaptados. A partida lenta de seus motores diesel é sofrida, e Blanchard aproveita a curta travessia para sair um pouco da cabine e examinar um deles. Isabelle conversa com o dono da embarcação. Aparenta que ele estaria envolvido com a Resistência Francesa, ao seu modo, mas ainda exige o dinheiro da travessia. Após um pouco de negociação, Isabelle paga o montante.

- Justo, aquele senhor também tem contas a pagar - Isabelle não parece muito feliz com o pagamento - Com a desvalorização do nosso dinheiro, ele precisará cada vez de mais. Todos nós precisaremos.

Apesar da vontade, Bóris não se arriscou a deixar a caçamba do caminhão, nem permitiu ao outro soldado que o fizesse. Mesmo sua aparência poderia entregá-lo.

- De volta ao caminhão - anuncia Isabelle, quando os faróis das balsas começam a refletir a outra margem do Senna.

A outra margem se assemelha muito a primeira, com os embarcadouros fortificados com trincheiras, cercas de arame farpado e sacos de areia. Vocês percebem um ninho de metralhadora coberto por rede ocupado por dois soldados. Apesar da estrutura, poucos soldados fazem a ronda de madrugada, de forma que os caminhões são recebidos por nem uma dúzia de soldados. Certamente o prédio anexo serve de alojamento para muitos outros, contudo.

Isabelle se adianta para apresentar os documentos, e rapidamente os caminhões são liberados. Logo ali próximo, os veículos encontram uma estrada larga, pavimentada, em boas condições, que leva a Caen em uns 90 km. Um farol brilha alto e pode ser avistado desde muito longe nessas terras baixas, em um promontório. Isabelle diz se tratar do Pointe de la Roque, muito antigo, eletrificado. Passado este marco, vocês chegam a um pequeno vilarejo conhecido como Saint-Samson-de-la-Roque e, apesar das casas fechadas e das janelas protegidas por tábuas, não se vê alemães, nem sinal de suas patrulhas ou de sua presença. Parece, afinal, que essa margem do Sena foi poupada.

E tão logo vocês deixam o vilarejo, o comboio sai da estrada principal e se enfia em uma estrada de terra batida, margeada por campos, até um pequeno bosque. Lá, os caminhões param e desligam seus motores, faróis acesos. Os motoristas deixam as cabines e se reúnem na luz, alguns partisans também, e Isabelle instrui Daniel e Boris a fazerem o mesmo.
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Mensagem por arabedoido Seg 24 Abr 2017, 18:05

Apenas respondo para o piloto antes de ir me sentar:

- Confio em suas habilidades. Se não houver jeito, talvez o melhor seja mesmo tentar ir o mais alto possível para ter a chance de chegar pelo menos ao porto.

Então, indo para meu assento, tento tranquilizar os outros:

- Deixem estar por agora, irmãos e confiar nos pilotos. De uma forma ou de outra, tenham certeza que eles nos levarão até nosso destino ou pelo menos a terra firme.
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Mensagem por Maedhros Sex 28 Abr 2017, 14:24

(off: Estamos de volta bitches!!!!)

Recebida as ordens pega a bomba e enfio metade dela dentro da calça e fico aguardando ser dispensado. Antes de sair, vejo se o relógio está cronometrado com os dos outros praças. E assim que aproximar da hora vou para a casa de máquinas. Se houver algum civil quando estiver lá, digo:

Como vocês sabem, tivemos um incidente hoje de tarde na qual um avião da Alemanha está nos seguindo. Para não termos problemas com ele, será feita uma revista geral para verificar se está tudo sob as condições do acordo de ajuda humanitária. Assim todos os civis devem deixar a casa de máquinas que fica de agora em diante sob vigia. Não precisam se preocupar. É apenas um procedimento padrão para a segurança de todos.

Assim que todos saem, procuro por uma caixa de ferramentas ou algo para danificar os motores, mas de modo que pareça acidental. Também começo a procurar o local perfeito para a explosão da bomba e sua fácil contenção.
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Mensagem por Blanchard Sex 28 Abr 2017, 23:11

Ao descer do caminhão, observo o funcionamento e me distraio com o som produzido pelos motores, enquanto faço um alongamento curto do braço direito.

Respondo Isablle dizendo:
Até quando? Até começar a pagar aos nazistas com sua própria vida e a de seus familiares, não? Ou voltará para a servidão.

Quando entramos no caminhão, antes de ficar em silêncio, digo:
Pelos deuses, comemoramos os 150 anos da Revolução entregando o país.

Ao ver o ninho, contraio involuntariamente a boca e engulo a saliva antes de sermos abordados.

Repito mentalmente os nomes dos pontos indicados por Isabelle. Pros que estão ainda livres dos nazistas, que aproveitem, pois os espinhos virão.

Entrando na estrada de terra, digo para Isabelle:
Um estrada com buracos e sem nazistas é bem melhor que o oposto.

Quando solicitado, paro, puxo o freio de mão e desço, deixando a porta aberta. Me aproximo do local indicado e coloco as mãos no bolso. Quando o soviético se aproximar, pergunto (em inglês):
Passeio confortável? Você me deve uma bebida.
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Mensagem por Hugar Sáb 29 Abr 2017, 17:20

Vieirinha e Sabão
Todos os praças compreendem bem o plano e sincronizam seus relógios. Aos poucos, para não chamar atenção, vocês deixam a cabine do tenente em direção aos seus postos. Vieirinha age com empolgação, e desenha mentalmente os porões do navio, determinando o melhor local para executar sua parte do plano. Ele então vê o balde com vassoura de pano e se apropria dele. Andando pelos corredores, Vieirinha observa os passageiros. Eles comem, riem e fazem piadas como um dia qualquer de viagem. Patifes, nem sabem o que está por acontecer!

Sabão e o Cabo Ferreira vão até a casa das máquinas e levam a bomba-relógio escondida. O cabo fica em posição de descanso enquanto o sargento instrui os civis a deixar o recinto. Os ponteiros do relógio se movem rápidos, e Sabão fica agitado tentando determinar o local mais seguro para detonar o explosivo. Ele examina o desenho de engenharia da casa das máquinas e decide. Há um compartimento pequeno o suficiente para ser inundado e isolado onde estão metade das bombas de água de alimentação da caldeira. Se o compartimento se inundar, as bombas irão falhar e a caldeira perderá metade da capacidade de produção de vapor. Sem vapor, as turbinas perderão potência!

Cabo Ferreira prepara o temporizador da bomba-relógio para 30 segundos. O apito do jantar soa, precisamente às 19:30. O salão já deve estar lotado a essa hora. Tic, tac, tic. O explosivo é alojado no casco e acionado. Sabão e Ferreira se escondem e tapam seus ouvidos...

BOOM!

A explosão foi muito mais intensa que esperada. Do lado de fora, uma enorme coluna de água jorra para o alto, lançando fragmentos de aço para o mar. No mesmo instante, toda a casa das máquinas começa a se inundar rapidamente de água salgada.

Nos porões próximos, Vieirinha havia deixado tudo preparado com esmo. Primeiro certificou-se de que ninguém estava lá e trancou a entrada. O combustível estava confinado em enormes cilindros de aço, suspensos do chão por cavaletes de metal. Ele verificou e garantiu que dois deles completamente cheios fossem preservados, e que um cheio e o outro pela metade vazassem ao abrir uma válvula de purga na parte debaixo. Assim, o chão todo começou a se sujar de óleo combustível. Vieirinha garantiu que o local ficasse confinado e que queimasse "seguramente". Então ele ouviu a explosão.

E que explosão! O navio todo gemeu, metal rígido estralando. Não houvesse sido informado, ele acreditaria se tratar de um torpedo. Então conta o tempo ansiosamente e,  no momento certo, acende sua tocha e ateia fogo no diesel.

Cena 1: Céus em Chamas Harry_f_sinclair_jr


Última edição por Hugar em Seg 08 maio 2017, 00:00, editado 1 vez(es)
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Mensagem por Hugar Sáb 29 Abr 2017, 18:29

Robert, Cristhian e Hans
Os Bleinheim ganham altitude rapidamente e os cabos puxam os planadores para cima. Vocês se sentem mais pesados e a visão de alguns escurece, seguida de um súbito enjoo. A fuselagem vibra perigosamente, e o frio fica quase insuportável. Os pilotos de ambos os planadores transmitem por rádio aos pilotos do bombardeiros quase que simultaneamente:

- Planador para Bleinheim, desacelere! Estamos rápido demais! Estamos excedendo 180 milhas por hora e os planadores não toleram essa velocidade! Reduza! Vamos morrer congelados nessa altitude, não temos isolamento adequado! Eu repito, por favor reduza!

Os pilotos dos bombardeiros discutem por rádio com o líder do esquadrão, e as ordens e pedidos se tornam conflitantes. Se voarem baixo e lentamente, poderão ser avistados facilmente. O dogfight atinge seu ápice, aviões sendo perseguidos a poucas dezenas de metros e metralhadoras disparando ininterruptamente. Neste instante, uma transmissão de rádio muda completamente o cenário:

- WL- L para líder do esquadrão, os bombardeiros do inimigo seguem ao norte. São pelo menos seis deles. Estamos enfrentando apenas a escolta! Eles seguem em direção a Tangmere.

Segue um instante de silencio de rádio, até que o líder do esquadrão responde:

- Tangmere não tem defesa anti-aérea, serão pegos de surpresa! - ele parece hesitar antes de tomar uma decisão - Lysanders, abortar missão! Retornar a Tangmere. Temos que impedir o inimigo de bombardear nossas bases aéreas do Sul. Bleinheims, vocês estão sozinhos nessa. 01 será o líder. Completem sua missão, vamos distrair a escolta inimiga e garantir que continuem invisíveis. Confirmar ordens, câmbio.

Os pilotos dos bombardeiros confirmam as ordens e desaceleram, perdendo altitude gradualmente. Em minutos, os sons da batalha aérea fica para trás e tudo que se escuta são os motores dos Bleinheims. O momento de maior tensão passou, finalmente, e a viagem volta a seguir calmamente. Um dos legionários no planador de Hans vomita. Logo é chegada a hora:

- Bleinheim 01 para planadores. Estou avistando o Porto do Le Havre. Nos aproximamos do destino. Os cabos serão liberados em sete minutos. Preparem-se, rapazes.

Vocês estavam nestas cabines a quase uma hora. Agora seria questão de minutos até sentir o chão debaixo de seus pés novamente.
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Cena 1: Céus em Chamas Empty Re: Cena 1: Céus em Chamas

Mensagem por Samyaza Sáb 29 Abr 2017, 19:25

Nos momentos mais críticos observa Christian para ver como o rapaz lidava com a situação, tentando transmitir alguma calma enquanto pensava comigo mesmo:
"É um jeito estúpido de morrer..."

Quando os pilotos no rádio anunciam sobre Tangmere eu pergunto à Christian:
"É possível contactá-los e avisar que serão atacados?"
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