Arco 4

Enquanto esperava ouvia as conversas do sacerdote e do guerreiro, me intrometo e digo:

- Conheci um rastreador que dizia ter sido treinado por um tal de Hartoz! Talvez pudessem ter mais informações com ele. Seu nome é Derin. Se quiserem mais informações sobre ele me procurem eu direi o que eu puder.

Ao ouvir as reclamações de Norne, não entro na sala e apenas digo para a Elfa ao perceber o sorriso de satisfação dela:

- Conseguiu algo? - Seguia junto com ela para a biblioteca esperando uma resposta.

Ao sentar na cadeira, cruzo as pernas e logo em seguida os braços. Recosto-me e tento ficar relaxado, enquanto Norne fala, presto atenção e o respondo:

- Na verdade amigo, vou ser sincero. Não sei quem sou e nem de onde vim. Nada conheço sobre meu passado. Só sei que estou um tanto confuso. Cheguei a Lubliama em busca de Pammala e antes mesmo de encontrá-la, desde que botei meu pé nesta cidade venho tendo sonhos esquisitos todas as noites. Sonhos estes que me mostram uma cidade sendo atacada por criaturas que mediam entre dois e três metros, com cabeça de boi e com os corpos cobertos por pelos. As tais criaturas se comunicam como nós, porém, em um idioma distinto. Vestem armaduras, utilizam armas e tudo que consigo ver nesse sonho é destruição, carnificina, e ao fim do sonho sempre vejo uma estátua enorme de uma mulher nua, que parece estender os braços, rogando por ajuda aos céus. Você sabe algo sobre profecias ou mesmo sobre a conexão entre sonhos realidade?

Olho para Norne e me levanto nitidamente constrangido por te-lo feito perder tempo para ouvir uma baboseira dessas:

- Me sinto um tolo por estar aporrinhando e tomando o valioso tempo de alguém tão ocupado como você. Isso tudo deve ser besteira. Desculpe-me.

Começo a caminhar para trás, em direção a porta:

- Norne. Antes que me vá. Você por acaso ficou sabendo do conteúdo que havia nos documentos que foram roubados durante a invasão dos sombrios a este templo?

Aguardo sua resposta já com a mão na maçaneta da porta, enquanto ouço o que ele tem pra me dizer, observo os arredores da sala e ,caso ele não diga nada que possa me servir, agradeço pela oportunidade que tive de ter com ele e me vou.

Enquanto caminho, respondo:

- Consegui algo. Realmente aqueles túneis servem para fuga. Norne me deu parte da informação de como abrir a passagem. Fica atrás da estátua de Blator, em um local no qual somente sacerdotes são autorizados. Só não sei se haverá tempo para ir conferir antes do jantar.

Abandono Argrim e corro em direção a Pammala. Se ouvi um pouco da conversa de Connor e ela, respondo me intrometendo, mas tomando o cuidado para que apenas eles me escutem:

- Porque tem um guardião mágico descontrolado nos túneis!

Retiro os pergaminhos dos bolsos e os abro sobre uma mesa.

- Vardem roubou o livro que dizia como desarmar a criatura! Não havia como evacuar os cidadãos em segurança pelos túneis, o ser mágico atacaria a todos. Esta é a punição por dependerem de artefatos mágicos! Somente o poder divino deveria ser evocado!

Então, quase me contrariando, e um tanto apressado, digo a Pammala:

- Estes textos contém algumas referências a armadura animada - aponto para os desenhos nos pergaminhos - Talvez a senhorita, como elfa e maga, seja capaz de extrair algo que ajude a desativar a criatura. Temo que este possa ser o único meio de deixarmos este templo ainda esta noite.

Então enrolo os pergaminhos de volto e os guardo comigo outra vez mais.

- Mas não agora, já é tarde demais. Há muito a ser esclarecido neste jantar.

Se eles não disserem nada, vou me arrumar para o jantar. (não que eu tenha outra roupa para vestir...)

Após ouvir os esclarecimentos de Leopoldo, e caso não tenha mais nada a ser dito, também me recolherei e esperarei para o jantar.

Olho para Connor e faço uma expressão séria:

- O motivo de os túneis não terem sido usados durante a invasão, isso Norne não me disse. Agora, o interessante foi que ele disse que a resposta estaria com o sacerdote que conhecemos estes últimos dias: Leopoldo.

Depois de ele digerir a informação, continuo:

-Agora o que me pergunto é se ele me disse isso por não saber mesmo, ou se quer nos colocar uns contra os outros, plantando desconfianças. Se quiser, vamos lá conversar com ele. O tempo é curto antes que o General chegue.

(Nem vi o texo do Hugar.)

Quando Leopoldo fala sobre a tal armadura animada, arregalo os olhos e digo:

- Ora, deixe-me ver. Agora pensei em outra coisa muito mais vantajosa.

Olho para Leopoldo e Connor em espera. Então digo:

- Não entendem? O perigo pode ser usado a nosso favor no caso de uma fuga, percebem? Imaginem se abrimos a passagem, fingimos entrar, esperamos os outros entrarem e depois eles que o enfrentem. Ou então, apenas atraímos a criatura para fora para que ela cause tumulto. Mas tudo isso, claro, se o general Karr se mostrar ameaçador. Como disse, só pretendo fugir se ele for um perigo. Se vier como emissário do rei, terá minha colaboração.

Vendo a preocupação de todos, me afasto. Fecho meus olhos e fico em silêncio enquanto fumo. Uma vez mais não vejo a hora de deixar essa cidade. O que será do reino? Ele sobreviverá ao tempo. E nós? Sobreviveremos?
Penso em Dalila e abro um pequeno sorriso. Vou atrás de minha mulher. E depois atrás da outra. Aaaa sim, ele me deve explicações. Mirinaaaaa.....
Depois abro meus olhos e penso que Pammala deve ser predestinada para servir à algum deus, pois parece que esse foi o caso onde Cambu recusou-me qualquer tipo de ajuda.

Começo a rir e digo para Sam, já em tom de despedida(em Lanta):

Adoraria visitar as tavernas de Magiara com você, Sam. Afinal, você deve ter muitas amigas por lá... 

ARGRIM:
Norne sorri e diz:
Calma meu jovem, ouça o que tenho a dizer antes que se retire. Sobre os conteúdos eu não pude vê-los, Leopoldo entregou-os a Gloin e logo foram levados, mas acredito serem as anotações do tal feiticeiro que os sombrios procuravam, pelo que pude entender Vardem queria essas anotações para usá-las em negociação com os sombrios, mas esses papéis, e Leopoldo estavam com os verrogaris.

Por sorte Leopoldo conseguiu fugir com a ajuda de Sam e Connor e os papéis vieram para cá e Vardem trouxe os sombrios pra cá, o o que me faz pensar que talvez, apesar de ser muito arriscado, mas a cobra é ardilosa, Vardem possa ter facilitado a fuga de Leopoldo e tenha sido voluntariamente feito refém para entregar os papéis aos sombrios sem ter que envolver os verrogaris nisso, assim o favor em troca das anotações seriam para ele e não para Jered.

Agora sobre seus sonhos, alguma deduções apesar de nenhuma delas ser substancial para acalmar-lhe a mente:
Pela descrição, as criaturas a que vc se refere são minotauros, homens-touro muito fortes e resistentes, mas são bestas, não se organizam em sociedade e nem tem um idioma conforme vc descreveu, a representação da mulher nua pode ser a representação de uma Deusa, talvez seja Lena, procure ler sobre ela na biblioteca, fora isso não há nada mais em que possa ajudá-lo sobre seus sonhos.

Mais alguma coisa?

PAMMALA:
Leopoldo e Connor se despedem avisando que vão se preparar para o jantar, na biblioteca, Calion, Sam, Alastor e Halt conversam despreocupadamente, cabe a vc decidir se vai falar com Norne, se reúne os demais para trocarem as informações que conseguiram ou se tbm vai se preparar para o jantar.

CALION:
Sam sorri timidamente e diz:
Meu pai é dono de uma taverna, a melhor daqueles lados, chama-se Lança de Magiara e vc seria bem vindo, bom vinho e bom fumo, mas não tenho muitas amigas, pelo menos não as do seu tamanho, mas havia uma moça que sempre frequentava a taverna, Connor a conheceu, sempre falam muito bem dela.

TODOS:
Quando eu pudermos ir pra parte do jantar me avisem.

alguem me passa o resumo do que aconteceu desde que eu parei eu meio que me perdi

Por mim pode ir pro jantar.

Como já conversei com Norne, vou me aprontar para o jantar. Se sobrar algum tempo depiis de uma arrumação cuidadosa, me reúno com os outros. Senão, pulamos para o jantar.

Paro para ouvir o que Norne tem a dizer. Ao invés de ficar irritado com tamanha tolice de minha parte, ele tenta me passar tranquilidade. Ao ouví-lo falar sobre leitura, me rio por dentro pensando que de nada vai adiantar: Não aprendi ler, ainda. Talvez algum dos que aqui estão possa me ajudar. Assim que ele termina, agradeço novamente e saio da biblioteca. Se algum de meus companheiros estiver do lado de fora, deixo a porta aberta, cumprimento a todos, e parto. Caso não haja mais ninguém aguardando, me dirijo ao meu quarto pensando no que ele me disse sobre as anotações do tal feiticeiro: Esse feiticeiro...tem de ser Irvem...tudo se conecta...preciso decidir o que vou fazer após esse jantar. Lanço-me em busca das anotações, ou volto ao Âmien e informo Gildram sobre o que descobri? De qualquer forma, vou me manter calado durante o jantar, esse general não deve querer nada comigo, não serei notado e depois do sermão dele decidirei o que fazer. Seja qual for minha escolha, será melhor que eu consiga levar alguém comigo. Antes de partir conversarei com alguns companheiros.

Chegando ao quarto retiro minhas armaduras, as guardo, e com elas minhas armas ( se estive com elas durante o dia ). Lavo-me e procuro algum traje para vestir, caso não encontre nenhum, vou apenas com as roupas de baixo (ao melhor estilo Conan, Ax Battler, etc...etc... ).


Pode avançar para o jantar!!!

Já fazia uma hora que o sol se ocultara por entre as montanhas e vc´s foram orientados a se prepararem para o jantar, a recomendação era de que estivem de banho tomado, roupas trocas, cabelos cortados e unhas limpas. Apesar de se um homem de batalha o general prezava pelo asseio pessoal, considerando isso um sinal de organização e respeito. Todos vc´s receberam os materiais necessários para o banho, inclusive roupas, mas tiveram que se ajudar mutuamente devido a escassez de sacerdotes para lhes preparassem o banho, apenas a elfa Pammala contou com duas pajens e recebera um quarto com lavabo próprio apenas para ela.

Quando os sinos do templo tocaram sete vezes vc´s se reuniram no salão de pedra onde seria realizado o jantar. Arcos se erguiam nas extremidades norte e sul do salão sustentando o teto e os três pesados candelabros repletos de velas que iluminavam o local, nas paredes laterais as oito janelas foram revestidas de tafetás bordados com temas de Parom, Blator, Lubliama e Marana que balançavam com a brisa primaveril que soprava afastando o calor da tarde, herança da recente mudança de estação.

Na extremidade norte do salão havia um quadro que cobria quase toda a parede e um tablado que servia para alguma possível apresentação. Próxima ao tablado havia uma porta pequena de onde exalava um cheiro agradável de comida, acólitos iam e vinham desta porta trazendo diversos pratos que eram colocados sobre a longa mesa de catorze lugares. Entre os pratos haviam frutas como uvas, melancias cortadas em pedaços triangulares, figos e lichias. Um porco assado trazido por dois sacerdotes foi colocado no centro da mesa, junto com pães e grãos. Havia também uma bandeja funda de verduras verdes, todas misturadas na bandeja e adornadas com ovos cozidos e tomates, além é claro de legumes como cenouras e batatas.

Sete garrafas de vinho foram colocadas sobre a mesa mas foi-lhes recomendado que não tocassem em nada até a chegada do general e de Norne que não estavam presentes, havia um sacerdote no salão segurando panos brancos que ele arrumava um a um sobre as cadeiras de madeira com forro vermelho no assento e nas costas. Outros seis sacerdotes, vestidos com suas roupas cerimoniais cinzas com bordados dourados e usando espadas estavam dispostos três a três na entrada do salão, um sétimo sacerdote,mais velho e com a indumentária mais chamativa parecia organizá-los enquanto segurava um instrumento parecido com uma corneta.

Já fazia longos quinze minutos de silêncio em que vc´s estavam ali, aguardando, de pé atrás das cadeiras e de frente uns para os outros, de um lado:
Calion, Pammala, Baelor, Leopoldo, Firiom e Sam do outro Connor, Argrim Gloin, Alastgor, Halt, as extremidades da mesa foram reservadas para Norne e Karr. A impaciência  começava a incomodá-los e o silêncio ficava cada vez mais frágil conforme o tempo passava.

Caso queiram fazer alguma coisa nos próximos minutos fiquem a vontade.

Aproveitava que estavam dando-nos roupas para vestir, pedia um grande manto folgado para usar no jantar. Tomava banho, raspava a barba e fazia algumas tranças no longo cabelo. Colocava preso a perna a bainha para o machado, em seguida prendia o machado, se cobrindo com o manto. Fazia isso sem que ninguém visse, logo deixava para tomar banho por ultimo.

Assim chegava ao local do jantar bem depois de meus companheiros comento - O cheiro está bom! - Me sentava no local que me sobrou próximo de Argrim. Após alguns segundos comento - Porque o silêncio alguém morreu? - Pegava alguma fruta que porventura estivesse na mesa - Comam assim podem melhorar suas caras!

Fico calado por alguns minutos enquanto espero até que a paciencia se esgota. começo a cantarolar uma canção sem sentido, desafinada e um tanto quanto pertubadora como se algo em mim me mostrava que o futuro não seri nada bom.

Com um princípio de irritação, resmungo pra mim mesmo baixinho:

-Já não bastava ter que tomar banho, agora temos que ficar nessa espera sem fim.

Dada nossa situação, procuro ficar em uma atitude o mais discreta possível.

Espero tentando parecer calmo. Mentalmente, busco alguma prece que me traga tranquilidade.

Conforme entro no salão, vou reparando nos detalhes, adornos e em toda a movimentação dos serviçais. Me coloco próximo a uma das cadeiras, cumprimento a cada um dos presentes à mesa. O mesmo faço para os que chegam posteriormente. Após ser informado sobre as recomendações para não tocássemos em nada, fico calado por um breve período, vendo e sentindo o cheiro de cada prato que era posto à mesa. Calculando há quanto tempo não ficava diante de tanta comida. Lamento não poder comer ainda, minha boca começa a salivar e imagino que cada um dos que está ao meu redor esteja passando pela mesma tortura. A vontade de comer é tanta que só percebo a chegada de Connor, quando o mesmo menciona o cheiro da comida. Ao vê-lo sentar-se, pegar uma fruta e comentar, recosto a mão por sobre o ombro dele e digo em um tom calmo, de forma a não parecer rude:

- Connor! Como tu chegaste por último, não pudeste ouvir as instruções que nos foram passadas a todos. Não podemos tocar em nada e devemos aguardar até que Norne e o general cheguem. Por isso, estamos todos ainda de pé.

Esperando que ele tenha compreendido, estendo a mão para que ele me entregue a fruta. Se ele aceitar, a coloco de volta na mesa, e continuo:

- Sei que estás com fome, pois também estou.

Olho para os que estão de pé:

- Todos estamos. Não é verdade?

Sorrio discretamente e termino:

- Não vejo a hora de comer cada uma dessas iguarias, mas qualquer gesto que contrarie as recomendações do general pode ser entendido como falta de respeito a pessoa dele. Melhor que não façamos uma afronta direta a ele.

Caso Connor decida não entregar a fruta, não mudo minha atitude. Apenas recolho minha mão e ao terminar de falar com ele fico calado até que cheguem Norne e o general.

Continuo comendo e ignorando as palavras de Agrim. Quando ele estende a mão pego algo sobre a mesa e coloco na sua mão - Se você não contar a ninguém eu também não conto. - Após o aviso, apressava-se para terminar logo a fruta.

Respeitando a disposição que nos foi dada, fito – com interesse grande – o quadro de longe. Quando Firion toca desafinadamente agradeço por ainda não ter sentado, senão cairia da cadeira. Ao ver o diálogo de Connor e Argrim, digo baixo pra Pammala, fazendo cara de sério (em élfico):
Guerreiros.

Depois digo pra Argrim (em élfico):
Não, nós não somos como vocês. Não parecemos animais sedentos por alimentação.
Depois sorrio e digo:
Mas por essa garrafa de vinho...

Depois digo para Pammala:
Você não quer saber o verdadeiro motivo que levou Uther a abrir mão de seu compromisso sagrado?
Nem espero a resposta e continuo, pegando em sua mão:

Ele disse-me ter a certeza de que você foi feita para mim e desistiu de interferir em nossa felicidade.

Ao ouvir Caliom falar de Connor, repreendo-o em élfico:

Releve. Foi por causa dele e de outros guerreiros presentes que estou aqui hoje com vida.

Depois, ao que ele faz a declaração, digo:

Quem sabe? Teremos muito tempo para descobrir isso. Por enquanto não penso muito nessas coisas.

Penso comigo, enquanto vejo os acólitos arrumando a mesa:

[Isso não esta certo. Eu não deveria estar aqui. Desde quando, Baelor, o andarilho, um homem da plebe e de aldeias, janta em salões na presença de autoridades e veste em sedas e bordados de anões? Somos intrusos aqui e somente cegos não veriam isso.]

Dou mais uma olhada nos serviçais e falo baixo:

Só anões...

Depois, volto a pensar, escutando o diálogo dos outros:

[Vários estranhos juntos em uma sala, sendo que todos tem sua parte nisso e suas intenções. Isso é quase uma fogueira prestes a explodir em chamas! Será que isto é um teste de Norne ou de Karr para ver o quão próximo é nossas relações? Bem, se é isso, acho que não vai funcionar. Ninguém aqui quer se expor. Só os loucos o fazem. É certamente eu não deveria estar aqui.]

Comento assim em um tom normal:

É sempre assim: depois da calmaria é que vem a tempestade. Neste jantar, muito irá acontecer.