Prólogo

AGRIPPA

Raios, chuva e sangue. Os pesadelos são vividos enquanto acordado. O bastão acertando seu rosto, gosto ferroso em uma boca incapaz de pronunciar qualquer feitiço. Morte violenta é coisa para guerreiros, não para sábios estudiosos. Estes preferem se despedir entre seus livros e seus escritos. A lembrança do corpo machucado, caído ao chão, não se compara à dor de ver os órgãos de seu mestre postos para fora, através de golpes de espadas usadas covardemente.

Fechar os olhos lhe lembra que foi isso que fez para esperar a morte, agradecendo à Palier os conhecimentos adquiridos. Desejo de que Palier continue a ajudar como naquele dia, agora em busca de pistas dos assassinos e de sua família natural.

Em suas andanças com Galdor Tinúviel, o salvador enviado por Palier, você escutou sobre uma família de poderosos magos chamada Vardamir. A maga Idril é uma elfa dourada conhecida pelos poderes arcanos e pelo profundo conhecimento histórico sobre o desenvolvimento das principais famílias arcanas.
Para sua sorte, Galdor está em contato com um dos Vardamir.

GALDOR

Força, honra e disciplina são os formadores de um guerreiro lendário? Não. A capacidade de ignorar a dor, de insistir em golpear qualquer inimigo que estiver por perto, de abster-se do pensamento e entregar-se à fúria é o que os faz diferentes. Dourados capazes de entregar a vida entrando em correntes de perigo e não temendo o aprisionamento de Cruine, tão naturalmente distante.

Você nunca foi muito animado com os estudos, mas as vitórias gloriosas e as derrotas trágicas dos combates liderados pelos nobres elfos sempre lhe interessaram. Uma delas contava sobre o ataque de um poderoso cultista. Com suas capacidades, ele conseguiu infiltrar-se e lançar um feitiço que fizera todos seus familiares cair em sono profundo. Mas o cultista não sabia que atacara em momento errado, pois o casal de dourados chamados Idril Vardamir e Valandil Vardamir estava em visita e conseguiram resistir e quebrar o encanto. O preço da quebra bem sucedida foi a fuga do cultista.

A amizade e dívida para com os Vardamir, que residem na floresta de Siltan, parece eterna e agora surge mais uma oportunidade de contato. Um dos Vardamir recruta aventureiros para investigações sobre a presença de monstros e focos da seita. Você terá o prazer de demonstrar suas técnicas.

FINEAS

Durante boa parte de sua juventude, você acreditou nas facilidades oferecidas pelo crime. Mas neste meio violento e traiçoeiro, o dia de amanhã é sempre muito imprevisível. Para manter toda uma guilda em pé, voc~e aceitou sujar seu nome entre os mais sujos. Curiosamente, o afundamento no esgoto acabou por permitir uma limpeza, ainda que parcial e pequena.

Contar histórias com parcialidade, algumas verídicas, outras mais fantasiosas que histórias contadas para amedrontar os mais danados garotos hobbits.

Consolidar-se em sua nova profissão exige o engajamento em novas caravanas de viajantes, ao menos enquanto a poeira baixa e seus contatos se certificam que nenhuma guilda coloca sua cabeça à prêmio.

JETRO

O mundo possui muitas realidades. A objetividade é, para a maioria, superior à subjetividade? Isto precisa ser mudado. As culturas devem aceitar e alimentar as contradições, os conflitos interiores, os delírios mais incomuns. Colocar a sociedade no caminho dos descaminhos, no entendimento pelo desentendimento, na simplicidade pela complexidade.

Após o treinamento e formação iniciais, Boifrano insistiu que era preciso caminhar, conhecer caminhantes e moldar o caminho da dualidade.

O que pode destruir este mundo mágico e tão real? A Seita. Radicais dispostos à impor uma verdade única, um único caminho. Cultistas que destroem àqueles que não lhes sejam dispostos a servi-lhes como instrumentos de suas profecias profanas. Em seu treinamento, teve contatos com registros que comprovam experiências bizarras de cultistas com pessoas de intensa criatividade, como você, o que pode definitivamente enfraquecer sua religião.

JON TINÚVIEL

Aaaaahhh, a música. Orienta e entorpece, ilumina e escurece, diverte e... Controla, possui. Provocar transformações na realidade. Afinal, este não é o objetivo de toda arte? Experimentar a beleza dos momentos bons e ruins? Fazer os corações pulsar com mais força, paixão e esperança?

Ludgrim é um reino inspirador. Elfos em grandes florestas, grandes e organizadas cidades, mestiços tão mais aceitos que na maioria dos outros reinos. O contato entre a brilhante cultura élfica e a incrível persistência humana formou um reino avançado no trato com seus súditos. Estrangeiros também costumam ser bem recebidos, desde que tenham respeito pela diversidade. Aaahhh, as Elfas, humanas e meio-elfas... Elfos, humanos e meio-elfos...

Além disso, muitas canções épicas contam sobre as batalhas e a grandeza de um povo em formação. Um povo destinado a defender Tagmar das bestas que nunca aprendem qual o seu lugar. A passagem dramática da Seita, só vencida pela união de lideranças locais com o Mais sábio. Muito em Ludgrim lhe interessa, muito no mundo lhe interessa.

FIN E SALAN

O comércio é uma atividade complexa. Muitas vezes favorece mesmo quem não tenha acuidade para tal tarefa. Mas os lados da moeda estão próximos, assim como azar está da sorte.

Fin não desfez-se de suas posses fixas para viver parado, ou seguindo lentamente uma caravana comercial. Enquanto foi preciso protegê-la, você fez seu serviço como um mercenário, ou seja, realizando suas tarefas básicas, mas ao mesmo tempo enchendo seu corpo de comida, bebida e luxúria. Em pouco tempo percebeu de onde vem a barriga exuberante de Salan. Apesar de muitas tentativas, em nenhuma situação você conseguiu ingerir tanta bebida alcoólica quanto ele. Você até mesmo se lembra de uma situação em que começaram a beber juntos, numa noite fria, caindo no sono depois de alguns copos de uma bebida forte e ao acordar pode ver Salan ainda lá, bebendo. Incapaz de ficar de pé, ele arrastava-se até o jarro de bebida.

O alcoolismo faz Salan ter altos e baixos. Nos raros momentos lúcidos, conseguiu estabelecer uma rede de contatos dentro do mercado negro. Neste comercializa-se de tudo, desde itens sagrados, até corpos de pessoas. Este último ramo acabou passando por uma grande expansão e parece que gera lucros incríveis. Como ainda é bastante perigoso ser pego com partes de humanos, elfos, anões ou hobbits, vocês decidiram seguir um fragmento ainda mais específico deste ramo: pedaços de corpos de seres bizarros. Unhas de demônios, ovos de animais gigantes, olhos de seres mitológicos, línguas de selvagens. O uso que será feito disto não é problema de vocês.

Vocês pagam caro, numa barganha mal sucedida, pelas informações de um espião. Ele lhes conta sobre grupos de Ludgrim que se organizam para capturar essas bestas selvagens, realizando a privatização da defesa de algumas áreas, já que as tropas reais estão atentas às ações de Sika e Verrogar.