Arco 4

Conforme caminhamos, sigo calado me despeço dos demais apenas com gestos. Respondo a pergunta de Pammala:

- Não se preocupe, eu já saí a pouco, e enquanto partia vi Glóin se ausentar também. Se tentarem nos parar a força, se arrependerão.

Ao ver a espada que Calion carrega, digo:

- Belo Gládio, elfo! O conseguiste com alguma amazona que cortejou ou o tomaste de alguma ladina? - Faço a pergunta em tom de deboche, olhando para Calion e rindo.

Dou um sorriso a Calion pela brincadeira e digo:

Acha que vai embora sem batizar esse gládio com uma luta?! Peço a vocês que fiquem um pouco mais. Na verdade, tenho um último pedido a vocês, somos os únicos capazes de parar o Guardião e Norne tem receio de pedir a vocês que o ajudem, depois da cena que vimos mais cedo, ele veio e me pediu para convencer todos a me juntarem nessa descida aos túneis e eliminar o Guardião. Sei que parece muito, mas penso que isso lhe trará recompensas, tanto materiais quanto morais. Pensem quando a cidade inteira souber que nós eliminamos tal mal. Apenas peço isso a vocês, me acompanhem nessa luta? - Depois falando especificamente para Calion - Sabe que preciso de uma música de fundo quando estou combatendo, né? HAHAHAHA!

Faço uma expressão de desagrado depois do pedido e respondo:

- Depois do que vi, acha que tenho tanta pressa assim em morrer? Não viu como o general ficou? E sendo tal, ele teria mais chances do que nós. E no mais, não me agradou nada todos terem me deixado ao abandono aqui e para esta cidade, sou apenas mais uma criminosa. Sinceramente não tenho razões para ir lá embaixo, minha vontade agora é voltar para meu povo e avisar do perigo.

Respondo Argrim (em élfico):
Das mulheres só roubo o tempo. Além do mais, tenho medo de amazonas e ladinas em uma luta direta. 


Quando Baelor anuncia o pedido de Norne fico cabisbaixo. Olho para o chão e demoro à levantar os olhos. Ao ouvir Pammala, digo:
Vá para Caliana. Vou escrever uma carta. Você terá proteção e aliados em qualquer taverna de lá. Além da proteção da família Ardone. 

CONNOR E ALASTOR:
Vc´s chegam no quarto e os encontram vazios, ao menos seria possível descansar um pouco antes da hora de partir.
Apesar do cansaço devido o sono interrompido repentinamente algumas ideias não os deixavam descansar por completo. As imagens dos últimos eventos permeavam a mente enquanto algumas indagações insistentemente os torturavam mentalmente.

Connor havia se envolvido nisso tudo por dinheiro, conseguira amigos e inimigos e conheceu pessoas importantes mas já não sabia mais como continuar, os eventos haviam crescido demais, muitas coisas envolvidas, não era mais apenas lâmina contra lâmina, política e magia pareciam muito mais fortes, não impossível confiar em alguém, até mesmo nos seus aliados. Vira Benjen os trair e depois Derin, nunca entendeu o motivo e de alguma forma já previa alguma outra traição, mas de quem viria? Quem seria dessa vez o traidor?

Alastor estava confuso, ganhara algumas boas quantias pelos serviços prestados mas em nada valeu a pena, desde que conheceu Irvem pessoalmente não passou uma noite tranquila, ora em fuga, ora prisioneiro, era difícil ter paz quando o assunto eram estes elfos.

Além disso Halt iria embora, era o único membro do grupo original que ainda permanecia. Seymar caiu junto com Quiroman, Garruk deixou-os ainda em Seviala, Baltazar provavelmente nem sabia que estava sendo caçado, logo logo os sombrios botariam suas mãos nele e por conhecê-lo vc sabe que o elfo não duraria muito. Se todos os seus companheiros haviam ido embora pq vc continuar?

FIRIOM:
Norne fica alguns segundos surpreso, o que lhe dá tempo de colocar boa parte dos livros e objetos da mesa e da estante no chão. Quando ele se recobra, ele fala, em voz alta e ainda surpreso:
Enlouqueceu homem? O que está fazendo? Pare agora!!!

LEOPOLDO:
Vc se preparava para voltar as suas reflexões, aliás, vc se sentia como um dos poucos que faziam isso no grupo. Alguma coisa estava acontecendo e vc percebia isso, faltava descobrir o que.

Seus pensamentos são cortados pela gritaria de Firiom e de Norne vinda de dentro do gabinete. A porta ficara entreaberta, olhar um pouco antes de decidir o que fazer parecia prudente e ao espionar vc vê Firiom arremessando tudo oque via pela frente ao chão enquanto Norne tentava convencê-lo a parar.

GLOIN:
O chefe da guarda mantém-se irredutível, vc nota que ele não parece um um homem de Lubliama, provavelmente veio da capital pelo sotaque:
Já lhe disse, o general não quer que ninguém veja o anão-louco! A entrada só será permitida com sua autorização pessoal ou a de Xaine. Não há mais anões na guarda da cidade, ordens do General, vc deveria saber disso.

PAMMALA, CALION, BAELOR E ARGRIM:
Parecia que Baelor convencera pelo menos um a ajudá-lo, ainda faltavam a Pammala e Argrim decidir mas a elfa não parecia inclinada a isso. Haviam outros a serem encontrados tbm.

Era o momento oportuno para partir e parecia que nenhum de vc´s acertara em como seria a despedida, nem saíram do templo e já havia divisões, o que seria mais prudente fazer? Seguir em frente ou manter-se unido? A pergunta batia dentro de cada um de vc´s, ninguém mais tolerava estar no templo mas algo parecia querer mantê-los juntos.

Me irrito com o que Calion diz e começo:

- Se quer tanto se matar, jogue-se logo por cima dessa espada nova e acabe logo com tudo isso. Para que delegar a tarefa para o guardião? Já estamos em um grupo pequeno e desunido e querem fazer com que se divida mais ainda, esquecendo que nossos inimigos estão cada vez mais coesos. Sinceramente acham inteligente nos separarmos todos novamente?. Já nem sei mais por que me preocupo. Acho melhor me entregar para a guarda da capital e acabar logo com tudo isso. É óbvio que assim divididos não iremos daqui ali. Façam o seguinte: quando resolverem parar de brincar de heróis em uma missão suicida, me chamem. Vou para o quarto e esperarei lá algum tempo e se realmente o grupo inteiro resolver unir esforços, basta me chamar. Senão, minha contribuição acaba aqui e vou decidir se me entrego à guarda ou se coloco em prática o que o general havia planejado.

E começo a me retirar de volta para meu quarto.

(Vamos ver se alguém aí entende o recado. Aprendi isso com minha esposa).

Fico furioso ao ouvir que Norne fez tal pedido a Baelor. Em tom alterado, enquanto Pammala se retira, digo aos presentes:

- No que esse anão idiota está pensando? Ele viu tudo o que acabou de acontecer e tem a coragem de pedir para que nos juntemos para combater esse guardião? Não acredito! NÃO ACREDITO!!!

Olho para Baelor com raiva e digo:

- Se ele quer que derramemos nosso sangue para deter essa coisa, terá de descer e derramar seu sangue conosco. Onde ele está?

Se ainda ouço a fala de Argrim, digo enquanto saio:

- Até que a ideia não seria de todo má. Todos precisam aprender algo sobre união. Principalmente que em maior número, as chances de sobreviver a qualquer perigo são maiores. Quando todos estiverem juntos e com uma decisão, me encontrem na biblioteca. Acaba de me ocorrer uma ideia, vai ser minha última tentativa antes de desistir completamente.

E sigo para a biblioteca.

Saio pisando pesado atrás de Pammala. Quando me aproximo puxo um de seus braços de uma forma não tão delicada, espero ela se virar e digo (em élfico):
Então me dê um motivo para que eu me preserve.



E fico a olhar em seus olhos por um pequeno tempo. Caso ela não reaja, volto para perto de Baelor, amaldiçoando Alirel por mandar-me até esta cidade.

Enquanto tentava organizar meus pensamentos, sou surpreendido pela ação de Firiom.

- Mas o que...

Penso se não seria prudente invadir o gabinete e ajudar Mestre Norne. Porém, decido por aguardar um pouco e ver o que acontece a seguir. Se Firiom não se controlar e Mestre Norne não conseguir colocar ordem lá, entro no gabinete.

Olho profundamente nos olhos da Calion, então começo a me aproximar e digo baixo em élfico:

- Pretendo dar motivos para isso. Mas aqui no templo não é o lugar mais apropriado para isso. Vamos respeitar a morada dos deuses.

Então, continuo:

- Agora creio que o mais urgente seja que voltemos a ser todos um grupo coeso e reunir a todos para atender a todos os objetivos. Por isso quero uma reunião na biblioteca com todos. Andei tendo algumas ideias e se me ajudar, vou lembrar disso mais tarde.

Precisa alguma rolagem de sedução entre PJs?   

Observo a reação de todos e antes que Pammala saia, digo:

É por isso que temos mais chance de derrotar o Guardião que o marechal: nós pensamos e nos preocupamos. Acha que Karr mediu as consequências e tomou cuidado com cada passo que dava no subsolo? É por isso que eu estou vos chamando, pois confio em vocês. Mas isso não é obrigação suas. Se recusarem, eu compreenderei.

Espero ver se Calion vem ou não, senão vou atrás dos outros para chamá-los.

Ouço a todos e quando Baelor termina e não me dá a localização de Norne, digo em élfico para Calion:

- Calion, está claro pra mim que este sacerdote está mouco. Se não conseguiu ouvir o que acabei de dizer claramente, certamente não deve ter ouvido direito o que Norne pediu. Vou até Norne, quero ouvir isso da boca dele.

Passo esbarrando o ombro em Baelor e sigo para perguntar a algum outro sacerdote a localização de Norne.

Ouço a todos e quando Baelor termina e não me dá a localização de Norne, digo em élfico para Calion:

- Calion, está claro pra mim que este sacerdote está mouco. Se não conseguiu ouvir o que acabei de dizer claramente, certamente não deve ter ouvido direito o que Norne pediu. Vou até Norne, quero ouvir isso da boca dele.

Passo esbarrando o ombro em Baelor e sigo para perguntar a algum outro sacerdote a localização de Norne.

Notando pelo sotaque que o homem com o qual falo não é de Lubliama, eu digo a ele:
Como bem sabe meu caro estive em clausura no Templo de Blator, por ordem de vosso General, então muitas coisas que eu deveria saber me foram retidas. Se vim aqui para ver Archibald, com a própria autorização do General que me consentiu durante o jantar que tivemos ontem, e estou sendo impedido de fazê-lo, eu me vou, mas saiba que seu superior não vai gostar de ouvir que não pude ver um antigo amigo meu.

Se ele continuar irredutível, não me importarei, sairei e irei para a taverna Martelo e...(esqueci o nome).

CONNOR:
Alastor demonstra-se resignado, ele fica sentado numa das camas do quarto, com os cotovelos sobre o joelho e o queixo encima das mãos, olhando para frente como se pensasse em algo, antes que vc se retirasse ele responde:
"Se precisar de mim, ou se as coisas se agitarem, me avise."

Vc caminha pelos corredores e vê do outro lado do prédio Leopoldo em frente ao gabinete de Norne e abaixo Calion, Baelor, Argrim e Pammala conversando.

FIRIOM:
OFF: por favor cara, além de postar suas falas, posta tbm suas ações, eu não sei direito se vc ainda continua procurando, se mudou alguma coisa na forma como faz isso e etc...
Vc continua a jogar mais livros a anotações no chão. Norne já não grita, mas apenas observa por alguns instantes, para depois, com uma voz de vulcão em atividade ele gritar:
"PARE AGORA FIRIOM, VC SEGUIRÁ COM BAELOR ATÉ OS TÚNEIS IMEDIATAMENTE!"

OFF: Faça um teste de RM contra Força de Ataque 14 (10 do nível da magia Ordens +4 pontos extras de karma gastos para aumentar potência da magia)

LEOPOLDO:
Vc vê os lábios de Norne balbuciarem alguma coisa enquanto ele mantinha os olhos fechados e Firiom jogava tudo o que encontrava pelo chão. Em pouco tempo Norne grita um comando para Firiom, a voz do anão ressoa pelo pequeno gabinete e misteriosamente a porta quase se abre como se as palavras do sacerdote tivessem empurrado o ar. Vc segura a porta enquanto observa a reação de Firiom.

GLOIN:
O velho chefe da guarda responde-lhe:
Meu General deixou ordens claras, de não permitir que ninguém entre sem que ele esteja presente ou seu escriba, isso eu sei pois ouvi da sua boca. Ele não costuma ter duas posições sobre o mesmo assunto, o que me faz duvidar de vc. Retire-se sob o risco de tornar-se prisioneiro, talvez assim consiga falar com o anão louco.

Desistindo da ideia de ficar mais tempo preso e percebendo que o chefe não responderia vc decide seguir para o Antro do Machado e do Martelo.
O local ainda funciona apesar da destruição ao redor, mas está vazio, apenas o taverneiro e um ajudante cuidam da limpeza do local.

BAELOR, CALION, PAMMALA E ARGRIM:

Código:

OFF: sobre o teste de sedução isso vai depende da intenção da Pammala sobre Calion, se ela quer convencê-lo a reunir o pessoal na biblioteca e Calion não deseja fazer isso, então o teste deve ser realizado. Caso Calion queira fazer isso então não será necessário. Aviso, claro, que estamos entrando numa área perigosa, usar testes sociais para convencer outros PJ´s não é recomendado no livro para evitar guerras internas, se Pammala convence Calion disso, Calion pode convencer Pammala a fazer algumas coisas tb, (lembrando que além da habilidade ele tem a magia Sedução).

Calion vc pretende fazer o que Pammala pediu?

Pammala segue para biblioteca e encontra o local vazio e completamente arrumado, os livros retirados anteriormente estão no lugar, assim como as cadeiras, papéis usados nas anotações entre outros objetos. Um cheiro agradável de eucalipto invade suas narinas convidando-a a relaxar um pouco e retomar o velho hábito de ficar horas debruçadas sobre os livros.

Calion vê que Pammala mudara sua atitude de forma repentina, apesar de parecer agradável no inicio, isso soou-lhe como um alerta, a mudança foi brusca e muito rápida. A elfa de cabelos loiros e encaracolados estava tramando alguma coisa e a curiosidade natural que vc possui o inclina a atender suas solicitações apenas para descobrir o que ela planeja.

Argrim saiu da conversa indo procurar Norne, ficaram vc e Baelor para decidir se descem sozinhos ou se chamam os demais.

Baelor surpreso ao ver que apenas Calion, um elfo e ainda por cima bardo, concorda em cumprir o pedido de Norne. Pammala ouviu mas preferiu ir a biblioteca, Argrim falou alguma coisa sobre ir atrás de Norne, Connor e Alastor estavam em seus quartos, Gloin não estava no templo, Leopoldo e Firiom, apesar de uma utilidade duvidosa, estavam falando também com Norne.

Faltava escolher se iria até o gabinete para recrutar mais dois ou se iria até os quartos chamar Connor e Alastor, escolheria agora entre guerreiros ou sacerdotes.

Argrim caminha pelo templo e sobe as escadas em caracol até chegar no segundo andar, primeiramente passa no quarto de Norne e de lá segue para seu gabinete, onde encontra Leopoldo na porta aguardando. Alguém já estava falando com o anão e vc teria que esperar.

Paro de frente para a porta e pergunto a Leopoldo:

- Quem está a ter com Norne?

Antes de qualquer coisa, comento com os que ainda ficaram:

Eu também vou aceitar descer lá para ver esse guardião. Mas está fora de questão ir em um grupo pequeno. Vou ser radical em dois pontos essenciais para a sobrevivência: ou vão todos ou não vai ninguém e onde for um, vão todos. Antes, o que quero é uma última tentativa para reorganizar o grupo. Vamos ver se depois disso, resolvem todos trabalhar sozinhos para uma causa comum. Cansei de ficar correndo em círculos. Muita coisa seria evitada se não tivesse havido a separação.

Respondo a Argrim enquanto ainda observo o interior do gabinete com atenção:

- Firiom está lá dentro. Não entendi direito o que ele me disse que iria conversar com Mestre Norne, porém assim que entrou começou uma verdadeira baderna. Ao que parece, Mestre Norne está lhe ordenando alguma coisa, mas entendi do que se trata.

Então me volto para Argrim e pergunto-lhe com maior atenção:

- Onde estão os outros? Já vão iniciar as jornadas ofertadas pelo general?

Ouço Leopoldo e respondo ainda com a cabeça quente:

- Nada! Parece que nunca sairemos desse templo. Estávamos Pammala, Calion e eu prestes a sair quando Baelor nos convidou a descer e matar o tal guardião que se encontra no subterrâneo. Dá pra acreditar em uma idiotice dessas? Por isso estou aqui, pelo que Baelor nos contou, o pedido veio do próprio Norne. Só que Baelor parece estar mouco, então estou aqui para saber do próprio o que ele deseja. Será que ele não viu o que aconteceu a Karr e seus homens? Só aceitarei descer caso Norne venha derramar seu sangue junto a nós nos túneis. O que você acha disso Leopoldo? Descerá para ajudar nesta tarefa?

Observo atentamente a porta enquanto converso com Leopoldo.

Respondo a Argrim:

- Interessante. De fato, Baelor conversou com Norne a pouco e, apesar de minhas desconfianças em relação a Baelor, duvido que ele tenha mentido. Afinal, é do interesse de Norne que os túneis abaixo do templo sejam libertos do perigo. Acho também muito improvável que o velho sacerdote aceite descer conosco.

Então fico um instante quieto, pensativo enquanto me recordava, e torno a falar com Argrim:

- Já ouviu o sermão da colina, do gigante e do pequenino? Ora, ora, não se desespere, não vou contá-lo por inteiro. Trata-se de uma interessante estória na qual um poderoso gigante quer chegar ao outro lado de uma montanha, porém não conhece rota alguma. Passa por ele um pequenino, que por outros motivos, também quer chegar ao outro lado, e desafio o gigante dizendo ser mais capaz de transpor o obstáculo. O gigante debocha do pequenino demonstrando sua grande força e aceita o desafio. Com pancadas brutais, o gigante começa a atacar a montanha na tentativa de abrir caminho. Seus golpes eram tão devastadores que a montanha toda tremia. Porém, a montanha era ainda muito maior que o gigante, e não abria passagem para ele por mais que atacasse. A cada golpe, o solo parecia se tornar mais e mais duro e isso fatigava o gigante. O pequenino, por outro lado, seguiu por uma diminuta rota, normalmente obstruída por rochas enormes. A medida que o gigante golpeava a montanha, os tremores de terra afastavam os obstáculos do caminho, permitindo ao pequenino que avançasse. Assim, o diminuto venceu o enorme que parecia sem forças para derrotar.

Aguardo que Argrim reflita um pouco sobre o sermão e continuo:

- Nem todos os desafios se vence com força, meu caro. Há um dispositivo de segurança nos túneis capaz de desativar o guardião mágico. Não precisamos derrotá-lo. E se formos sagazes como o pequenino do sermão, o próprio guardião nos indicará o caminho.

Quando Leopoldo termina seu sermão e após alguns minutos me conta como poderíamos enfrentá-lo o guardião, digo:

- Vejamos, caro sacerdote, eu também não acredito que Baelor possa estar mentindo. Na verdade acho que está surdo, pois estava a menos de cinco metros dele quando fiz uma pergunta direta a ele e o mesmo não respondeu. Então, ou ele está ficando surdo, o que me faz perder a confiança em seu entendimento, ou me ignorou propositalmente. O que me faz ter menos confiança ainda nele. Imagine se quando estivermos em combate lá embaixo, por ventura algum de nós peça a ajuda dele e ele resolva nos ignorar ou não ouça o que dissermos. Como ficaremos?

Cruzo meus braços e digo com sinceridade:

- Obrigado pelo sermão, foi mesmo esclarecedor. Eu já sabia que em um embate direto contra o guardião não venceríamos. Porém, quando estávamos no salão Connor indagou um dos soldados que acabara de voltar dos túneis e o mesmo disse que a cada passo que davam lá embaixo, algo dava errado. Eu acredito que existam armadilhas lá. Podemos até desarmá-las, mas será que o guardião será bonzinho e aguardará até que nós as desarmemos para começar a nos atacar?

Sigo enquanto coço a barba:

- Permita-me clarear a situação. Teremos que lidar com a falta de iluminação, pois alguns de nós não conseguem ver no escuro. Armadilhas que não sabemos a localização e mesmo que saibamos, levarão mais tempo que o normal para serem desarmadas, já que não temos ninguém aqui com tais habilidades. Um enorme guardião que conhece cada palmo do subsolo e que há pouco dizimou quase todo o grupo levado por Karr, incluíndo o general. Com todo respeito, ainda nem falei do pior inimigo de vocês lá embaixo, que são vocês. Um grupo cheio de egos inflados que escolhe um líder que se acha imbatível. Quando a situação esquenta, o líder esquece do grupo e começa a agir sozinho. O grupo, que mediante isso deveria se unir e traçar um rumo, por sua vez, se dissolve e começa a agir por conta própria. Não tenho nada pessoal contra nenhum dos que estão aqui, mas ainda não consegui encontrar nesse grupo qualidades que possam gerar essa autoconfiança que vejo em cada um.

Me aproximo de Leopoldo e a medida que chego mais perto vou falando em um tom cada vez mais sombrio:

- Agora me diga você Leopoldo. Conhecendo seus companheiros, você acredita mesmo que lá embaixo, quando escurecer e os passos do guardião se aproximarem, quando ele começar a quebrar nossos ossos, qualquer estratégia traçada será mantida?