Cena 1: Céus em Chamas

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Não houve tempo para fazer as malas antes de deixar o navio, de forma que todo o suprimento que carregam com vocês é muito limitado. Além do material descrito por Vieirinha, ainda encontraram no bote salva-vidas:

• Ração para alimentar 14 pessoas por um dia e grande quantidade de água doce;
  
• Apitos, uma lanterna a pilha bem grande, e dois sinalizadores de mão;
  
• Uma lona impermeável capaz de cobrir o bote todo;
  
• Coletes salva-vidas e agasalhos.
  

Na pressa, deixaram para trás os cantis, escovas de dentes, talheres pessoais, fardas e botas de reserva assim como toda a roupa que trouxeram do Brasil. Sabão ainda tem o rifle de serviço e a granada tomados da ponte de comando, o revólver do tenente, munições e os planos da missão que recuperou da cabine.

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Resultado dos Testes:

Resultado do Combate:

Boris pragueja e carrega mais munição no rifle. Ele volta a visão contra o alvo através da mira de ferro da arma soviética, mas só consegue enxergar o clarão do fogo deixando a boca do cano da metralhadora inimiga. Outra rajada e o instinto o leva a baixar a cabeça e fechar os olhos com força. Maldito seja! Boris era uma veterano de guerra e parecia agir como um recruta desbarbado! Enquanto não atirasse, o russo sabia que deixaria a metralhadora atirando a esmo contra a sua posição, com pequena chance de acerto. Mais uma vez ele orienta o rifle, buscando o inimigo além da mira de ferro.

Uma formiga sobe em sua mão direita. Boris pode sentir o inseto andando entre os pelos do dorso. Ele não desvia a pontaria. Não havia mais como saber onde estava Serguei, e ele considerava isso um bom sinal. Não se ouvia os disparos de seu rifle, o que significava que ele avançou mais para o norte e poderia flanquear o inimigo. Assim que a última bala atingiu a terra perto de si, Boris não hesitou. O primeiro cartucho é ejetado imediatamente após o disparo, os gases quentes sopram a formiga para longe de sua enorme mão. Os projéteis em rápida cadência atingem o nazista, ainda que o russo não possa ver, porém não em cheio.

Boris tem sua posição exposta e o atirador tem sua vingança. A rajada desta vez é certeira contra Boris. Tão próximo que o russo largou a arma no chão e cobriu a cabeça com as mãos, praguejando contra o inimigo em voz alta. Um tiro passou perigosamente perto para ferir Boris na perna, mas somente de raspão. Outros três disparos são ouvidos logo em seguida, tiros de rifles soviéticos. Serguei atira contra a metralhadora, flanqueando o inimigo! Ele foi certeiro! O projétil de 7.62mm atinge o alemão perto do rim esquerdo! A metralhadora cessa.

As mãos de Daniel tremem quando ele tenta recarregar a Luger. A maldita pistola nazista é boa, ele deve admitir. O partisan não se via tão nervoso assim desde as batalhas de tanques sob o comando do General De Gaulle. Daniel se esgueira e fica protegido atrás da roda dianteira e do motor do caminhão. Ou pelo menos o que sobrou dele. Ele leva uma mão de apoio ao chão e a sente molhar em algo quente e viscoso. O cárter foi perfurado e o óleo vazou ali na relva. Seu nariz acusa o cheiro irritante do diesel no ar. Seriam os nazistas autômatos ao invés de gente? Ele ri de si mesmo. Pode ouvir os disparos soviéticos derrubando a metralhadora e isso lhe animou.

Daniel se vira e aponta com a pistola contra os alemães. Ele expõe a cabeça somente o suficiente para encontrar um alvo para a primeira bala e atira, sofrendo retaliação imediata de dois inimigos. O medo o impede de erguer a cabeça acima do capô e Daniel vê a si mesmo atirando a esmo na escuridão. Os disparos inimigos atingem a lataria e o bloco do motor, o ruído metálico do impacto faz o coração do partisan acelerar. Bastou os tiros inimigos cessarem para Daniel reunir a coragem e erguer a cabeça uma vez mais acima do caminhão.

Ele vê um homem de pé ao fundo gritando ordens à infantaria. Se seu alemão não lhe falha, ele está dando ordens para recuarem alguns metros e se abrigarem. Daniel aponta a Luger contra o sujeito e puxa o gatilho, mas as balas já haviam se esgotado. Outro partisan é alvejado mortalmente no peito ao se expor para mirar contra o aparente oficial. De fato, os soldados estão recuando um a um na escuridão por alguns metros e então se jogando no chão, voltando os rifles contra o caminhão e abrindo fogo novamente.

- Eles estão recuando? - Isabelle coloca a sexta bala no tambor do revólver, ele espia o inimigo por frestas do caminhão - Que merda estão fazendo?

Fasbarch é deixado no bosque junto do tenente Locksley. Enquanto Robert examina os arredores, Norman e Cristhian avançam pelo campo para examinar o planador. A princípio, os dois se arrastam pela relva alta cautelosamente, mas então Robert dá o sinal para que avancem em pé e rapidamente após verificar que não havia nenhum sinal inimigo por perto.

Os destroços do planador se arrastam por mais de uma dezena de metros, e é fácil perceber que a aeronave ainda estava muito rápida quando caiu. Ninguém teria sobrevivido a esta queda, embora fica incerto se Fasbarch teria a habilidade suficiente para evitar a destruição do planador. Ao alcançarem o corpo principal da fuselagem, Norman se abriga e protege a posição com a submetralhadora, enquanto espera que Cristhian investigue o interior.

O grego tem uma sensação ruim ao entrar na mesma cabine que esteve há tão pouco tempo. A única porta foi arrancada pela queda, assim como as asas e o rabo, encontrados vários metros para trás. Cristhian vasculha o interior a fim de encontrar qualquer coisa única, sem sucesso. A não ser que pedaços de madeira e vigas de aço retorcidas sirvam de alguma coisa. Então ele se lembra do rádio de curto alcance dos pilotos e entra no cockpit ansiosamente.

Na queda, o planador forçou o bico para baixo, esmagando-se contra o solo. Toda a cabine dos pilotos fora severamente avariada. Mas lá ele está! Cristhian chama pela ajuda de Norman para remover o aparelho. Os demais instrumentos são inúteis ou estão danificados. O aparelho de rádio de curto alcance pesa quase 20 kg, mas não é tão grande ao ponto de precisar de duas pessoas para ser transportado.

- Não há pontes próximas que cruzem o Sena nessa região da França, senhor - Fasbarch comenta com Robert enquanto aguardam o retorno dos outros dois - A inteligência havia acusado forte presença inimiga em Le Havre, porém teriam poupado Honfleur. Se isso for verdade, podemos esperar pouca atividade ao Sul do rio nas próximas horas ao menos.

Assim que recuperado, Norman e Cristhian retornam ao bosque. Não se viu nenhum sinal de atividade inimiga. Avaliar o equipamento irá requerer algum tempo.

Daniel estava certo, e ele detestou isso. Seu aviso alcançou todos os partisans e soviéticos a tempo. Os homens saltam para longe do caminhão bem a tempo. Mais uma vez à arma antitanque disparou e seu projétil incandescente riscou as trevas da noite. Daniel e os partisans estavam longe na escuridão e não havia chance alguma de um canhão tão distante acertar o disparo. Mas ele conseguiu. O observador inimigo teve tempo suficiente para informar precisamente a posição do caminhão perdido do comboio à tripulação da arma.

A carga de alto explosivo penetrou o motor antes de detonar. O caminhão foi engolido pelas chamas e desintegrado. Uma das rodas quase atingiu Daniel ao cair no chão. O combustível ajudou a alimentar o infernal incêndio que consome a tudo. As labaredas lançam luzes e calor contra partisans, alemães e soviéticos. Blanchard recupera a Luger e escuta a próxima ordem nazista aos gritos: o pelotão irá se dividir em dois, em um movimento de pinça contra os partisans, atacando pelos dois flancos do finado caminhão. Não há mais onde se esconder.

Ao Norte dali, Boris se mistura à relva alta e desaparece, avançando rápido contra a posição da metralhadora. Serguei entrega sua posição, uma dezena de metros a frente, abrindo fogo contra o outro soldado que tentava recuperar o controle da arma. Imediatamente, Boris se junta ao subalterno e dispara contra a posição. Os soviéticos se juntam novamente e avançam, apenas para ver o inimigo fugindo em disparada. O atirador, derrubado por Serguei, foi abandonado à própria sorte e agoniza dos seus ferimentos.

Boris e Serguei tomam a metralhadora nazista. Trata-se da famosa MG 34, apoiada em bipé. Os soviéticos chegaram bem a tempo de ver o caminhão de Daniel explodindo em chamas, vítima de um tiro de antitanque. O fogo revelava bem os soldados do pelotão de infantaria nazista, mas daqui não era possível ver nenhum partisan. Se eles estavam atrás do caminhão no momento da explosão, então estavam todos mortos agora. Se não, a carcaça flamejante do veículo escondia a eles.

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†_Junior_† efetuou 3 lançamento(s) de dados (D6.) :

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Vieirinha lidera avançando ao norte como indicado pelo Sargento Francisco. O caminho pavimentado segue margeando todo o muro do canal até uma barragem, uns 350 metros a frente. A barragem é larga e regula o fluxo entre o canal e o mar. Vocês não assistiram quando o navio atravessou a barragem, portanto não sabem dizer se ela se encontra tomada pelos alemães, mas parece arriscado descobrir.

Portanto, vocês optam por invadir o bosque logo ao oeste. Está muito escuro e a copa das árvores proíbe até a luz do céu de entrar. No começo as árvores estavam esparsas e o local todo parecia um parque ou algo do tipo, para atividades na natureza antes da guerra. Dá até para imaginar os velhinhos fazendo caminhada nas trilhas. Vocês avançam muito devagar devido à escuridão, e logo as árvores começam a ficar densas e fica completamente escuro. Não dá pra se guiar num lugar desses, não enquanto o dia não nascer. É difícil estimar, mas deve haver quase 1 km até o mar ou o rio Sena, e o bosque deve se espalhar até lá.

Não há sinal de área rural ou fazendas por esse lado, nem qualquer construção visível próxima no bosque. A escuridão deve estar ocultando. Além disso, o lugar todo pareceu muito baixo, seria interessante achar alguma elevação, quando for possível, para ter uma visão melhor da região.